Emissora afirmou que Ítalo Marsili não possuía certificação de psiquiatra, alegação que foi contestada pelo médico
A CNN Brasil e o âncora Daniel Adjuto sofreram uma derrota em uma ação judicial movida por Italo Marsili. O médico, que foi cotado para assumir o Ministério da Saúde no governo do presidente Jair Bolsonaro em maio do ano passado, pediu uma indenização de R$ 300 mil ao canal de notícias por danos morais, mas a Justiça, em primeira instância, determinou o pagamento de apenas R$ 10 mil. A CNN e Adjuto não aceitaram a condenação e recorreram da decisão. O recurso foi acatado no início deste mês e será analisado pela Justiça.
A sentença foi determinada pelo juiz Fernando Henrique de Oliveira Biolcati, da 22ª Vara Cível de São Paulo. O magistrado entendeu que a CNN havia cometido um erro com Marsili, mas acatou a alegação da defesa do canal de que a correção foi feita em todas as plataformas.
O médico procurou a Justiça após Daniel Adjuto ter noticiado pela televisão e no Twitter, em 18 de maio, que o profissional cotado para assumir o cargo de ministro no lugar de Nelson Teich não possuía a certificação de psiquiatra, por não ser inscrito na ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). Marsili, porém, tem o registro na CNRM (Comissão Nacional de Residência Médica), o que lhe confere a qualificação.
Após o erro da CNN, a assessoria de imprensa do médico entrou em contato com o canal e pediu a correção da informação, o que foi feito no dia seguinte. Daniel Adjuto entrou no CNN 360° para explicar que o profissional havia concluído a residência médica no Instituto Federal de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e tinha a certificação profissional, mas fez uma ressalva dizendo que ele não poderia “se apresentar como psiquiatra nas redes sociais, por exemplo”.
No processo, a defesa de Marsili apontou que as correções foram “demasiadamente discretas” e fez os seguintes pedidos na Justiça: “Condenação dos réus [CNN e Adjuto] ao pagamento de indenização por danos morais, por danos materiais a título de perda de uma chance [no Ministério da Saúde] e à publicação da eventual sentença condenatória nos portais da CNN Brasil”.