Cineasta que chamou Bolsonaro de fascista poderá estar no Oscar 2022

Filme Deserto Particular é indicado para representar o Brasil na famosa premiação

A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais anunciou nesta sexta-feira (15) o filme indicado pelo Brasil para disputar uma vaga na categoria de melhor filme internacional no Oscar 2022. Deserto particular, do cineasta baiano Aly Muritiba, foi o escolhido.

Aly Muritiba, que já foi carcereiro, é crítico declarado do governo Bolsonaro. O longa Deserto particular já lhe rendeu um prêmio na mostra paralela do Festival de Veneza, em setembro deste ano. Na ocasião, ao comentar sobre o prêmio, o diretor teceu críticas ao atual presidente da República.

“Desde 2016, com o golpe que tirou do poder uma presidenta democraticamente eleita, minha geração, formada depois da ditadura militar, enfrenta o momento mais dramático de sua existência”, declarou.

Muritiba afirmou também que a gestão de Bolsonaro prejudica as minorias e o chamou de fascista.

“Depois da eleição de Bolsonaro, todas as minorias passaram a ser sistematicamente perseguidas. Essa época de ódio me motivou quando decidi sobre o que seria meu próximo filme. Faria uma obra sobre encontros. Nesse momento de ódio, resolvi fazer um filme sobre o amor”, acrescentou.

Deserto Particular conta a história de Daniel, um policial exemplar de Curitiba que acaba colocando sua carreira em risco ao cometer um erro. Quando Sara, a mulher com quem mantém uma relação virtual, para de responder suas mensagens, ele decide viajar ao Nordeste para procurá-la.

A 94ª edição do Oscar será realizada no dia 27 de março de 2022.

COMPARTILHAR