Cientistas fazem, pela 1ª vez, transplante de orelha impressa em 3D

Orelha foi impressa nos EUA usando uma tinta feita de colágeno e células colhidas da própria paciente para diminuir o risco de rejeição

Nos últimos meses, pesquisadores do mundo inteiro vem divulgando os resultados de estudos sobre transplantes — do coração de porco ao fígado que sobreviveu dias fora do corpo, o objetivo principal é diminuir a fila de transplantes e facilitar o complicado procedimento.

Em mais uma descoberta inédita, cientistas americanos afirmaram, nesta quinta (2/6), ter conseguido imprimir, em impressora 3D, uma orelha e implantá-la em uma paciente de 20 anos que nasceu com uma má-formação nas orelhas. É a primeira vez que o procedimento é feito com tecido vivo e funciona, o que pode abrir caminho para transplante de outras partes do corpo, como rótulas e discos espinhais, até órgãos mais complexos, como fígado e pulmões.

A empresa 3DBio Therapeutics, responsável pelo estudo, não divulgou exatamente como é a tecnologia usada, mas pretende publicá-la em revista científica em breve. O que se sabe é que a orelha foi feita com base no pavilhão auricular do outro lado da paciente, com células colhidas da própria mulher — a ideia, aqui, era diminuir o risco de rejeição.

A empresa usa uma espécie de “tinta” biológica de colágeno misturada com as células da paciente e imprime, camada por camada, assim como seria feito com um produto de plástico. A orelha continuará regenerando o tecido de cartilagem, e deve parecer mais natural com o tempo.

O estudo está sendo conduzido com 11 pacientes, mas apenas este foi divulgado até o momento. Em entrevista ao jornal The New York Times, o médico Arturo Bonilla, que realizou o procedimento, conta que os resultados são impressionantes. “É tão emocionante, que às vezes eu preciso me controlar. Se tudo acontecer como programamos, isso revolucionará os transplantes”, diz.

Todos os pacientes serão acompanhados por cinco anos para avaliar a segurança do procedimento a longo prazo e como a nova orelha se desenvolve esteticamente.

Fonte: Metrópoles

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