Finalidade do governo chinês é estabelecer um “bom ambiente de opinião pública”
A população chinesa terá acesso a uma nova ferramenta para denunciar ao Estado quando alguém publica críticas ao Partido Comunista Chinês (PCC).
O produto foi desenvolvido pela Administração do Ciberespaço da China, e lançado pelo governo do ditador Xi Jinping. De acordo com o jornal The Independent, o novo serviço permitirá que internautas denunciem pessoas que espalham “opiniões equivocadas”. A finalidade é estabelecer um “bom ambiente de opinião pública”.
– Por um tempo, algumas pessoas com segundas intenções espalharam declarações falsas historicamente niilistas online, maliciosamente distorcendo, caluniando e negando a história do Partido, nacional e militar em uma tentativa de confundir o pensamento das pessoas – afirmou a Administração do Ciberespaço da China, em declaração oficial sobre a nova ferramenta.
– Esperamos que a maioria dos usuários da Internet desempenhe um papel ativo na supervisão da sociedade e denuncie com entusiasmo informações prejudiciais – acrescentou.
O termo “niilismo histórico” é usado pelo PCC para descrever aqueles que publicamente lançam dúvidas sobre a classe política dominante do governo.
– Infelizmente, é provável que haja uma grande demanda por este aplicativo nos Estados Unidos. Que [baita] ferramenta para a polícia do pensamento – e da fala – em todos os lugares – publicou Robert P. George, um acadêmico norte-americano, que demonstrou preocupação sobre a possibilidade da ideia chegar nos EUA.
O senador republicano Josh Hawley também se manifestou contra a iniciativa. Para ele, o PCC está “imitando” a esquerda americana.
– Este é o Partido Comunista Chinês imitando a esquerda americana, que tem publicado listas de eleitores de Trump e os expulsando das redes sociais há meses – escreveu Hawley.
A novidade tecnológica chega apenas alguns meses após parlamentares chineses promoverem mudanças na Constituição do país, declarando que as pessoas que “insultam, caluniam ou infringem” a memória de “heróis nacionais” ou “mártires” podem permanecer até 3 anos na prisão.