Região é disputada pelo partido comunista com o Vietnã e Taiwan
Um navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos navegou perto de uma disputada cadeia de ilhas do mar da China Meridional na quarta-feira, 13, desafiando as restrições impostas pelo país asiático na região.
Com essa manobra, a China acusou os EUA de destruírem a paz e a estabilidade nas disputadas ilhas Paracel. O regime comunista informou que teria afastado o navio depois que ele entrou ilegalmente em águas chinesas, e o Exército de Libertação Popular acusou Washington de violar a soberania e a segurança de Pequim.
“Os fatos mais uma vez mostram que os EUA são um criador de risco no mar da China Meridional”, segundo um comunicado.
A Marinha americana, em resposta, alegou que apenas afirmou direitos e liberdades de navegação na região, seguindo o direito internacional.
Ilhas Paracel
O arquipélago das ilhas Paracel, que na China são chamadas de Xisha e, no Vietnã, de Hoang Sa, são um grupo de mais de 30 ilhas localizadas entre as costas dos dois países. A região hoje está sob controle de Pequim, mas é reivindicada pelo Vietnã e por Taiwan, e foi palco de uma batalha naval entre China e Vietnã em janeiro de 1974.
Data simbólica
A data para a navegação do navio de guerra americano é simbólica. Segunda-feira 11 marcou o sexto aniversário de uma decisão do Tribunal Permanente de Arbitragem, sediado em Haia, na Holanda, segundo a qual os chineses não têm base legal para reclamar “direitos históricos” sobre a maior parte das ilhas no mar do Sul da China disputadas com as Filipinas. A China nunca aceitou a decisão.
Em nota, a Sétima Frota dos EUA, divisão da Marinha que opera nos oceanos Índico e Pacífico, negou as acusações feitas pelo regime chinês e disse que a operação demonstra apenas o “compromisso de manter a liberdade de navegação”.
O texto alega que a China tem exigido permissão ou notificação prévia antes que um navio militar passe pela região. “Reivindicações marítimas ilegais e abrangentes representam uma séria ameaça à liberdade dos mares, incluindo as liberdades de navegação e sobrevoo, livre comércio e oportunidades econômicas”, segue a nota.
Ontem, em mais um discurso que visava reforçar a presença americana na Ásia, o secretário de Estado Antony Blinken instou Pequim a cessar o que chamou de “comportamento provocativo” no mar do Sul da China. A resposta chinesa veio hoje.
“Instamos os EUA a respeitarem a soberania, os direitos e os interesses da China no mar da China Meridional e pararem de usar esse assunto para semear discórdia entre os países da região”, disse o porta-voz da chancelaria Wang Wenbin. “Isso é extremamente irresponsável.”