Motivo seria reestruturação financeira nas emissoras
Após décadas de salários altos, o jornalismo televisivo no Brasil tem enfrentado mudanças no que diz respeito à remuneração dos profissionais. Por conta da crise econômica, várias emissoras não estão mais podendo manter seus apresentadores com cifras tão altas.
Os jornalistas estão tendo que se adequar a uma nova realidade. O Grupo Globo é um dos exemplos de reestruturação financeira.
Segundo o colunista Leo Dias, vários âncoras, que antes eram contratados no regime de pessoa jurídica, “tiveram suas carteiras de trabalho assinadas e o salário renegociado”.
No ano passado, todos os jornalistas teriam tido 25% de redução no salário por conta do programa Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), que chegou ao fim em 1º de janeiro. Ainda de acordo com o colunista, estima-se que, antes da redução, William Bonner receberia entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão por mês, enquanto sua colega de bancada no Jornal Nacional, Renata Vasconcellos, teria um salário de R$ 300 mil a R$ 500 mil.
Dias destacou também que apenas profissionais do Jornal Nacional e do Bom Dia Brasil seguem com contracheques “que chamam atenção”. Já os jornalistas que trabalham nos bastidores têm média salarial de R$ 4 mil.
A renegociação de salários teria deixado alguns profissionais insatisfeitos e dispostos a mudar de emissora. Com teto salarial de R$ 20 mil a R$ 30 mil, a CNN Brasil contratou nomes que eram do Grupo Globo, como Glória Vanique, Márcio Gomes e Monalisa Perrone.
Vale ressaltar que o fim dos grandes salários não é uma realidade apenas na Globo; também é em outras emissoras. O colunista disse que José Luiz Datena, da Band, também chegou a receber corte no ordenado e passou meses com o valor alterado.