Chefe de TV do governo Lula defende MST

Hélio Doyle acusa grupos privados de ‘criminalizar’ organização de extrema esquerda

O presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Hélio Doyle, acusou emissoras privadas de “criminalizarem” o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A declaração do chefe da TV do governo Lula foi dada em 19 de maio ao jornalista Juca Kfoury.

De acordo com Doyle, as emissoras privadas seriam responsáveis por omitir as supostas produções de alimentos orgânicos realizadas pelo MST. O chefe da EBC pretende utilizar os recursos da estatal para promover o grupo de extrema esquerda e admitiu se tratar de uma “postura ideológica” sobre o tema.

“Nós queremos mostrar as coisas como elas são”, disse Doyle. “A linha é a seguinte: o que podemos mostrar de positivo do MST, que eles não mostram? É uma postura ideológica, mas não uma postura partidária. Postura ideológica no sentido de dar voz para aqueles que não têm voz no sistema privado.”

CPI do MST

Depois da repercussão da entrevista, Hélio Doyle se manifestou em seu perfil pessoal no Twitter sobre a possibilidade de ser convocado para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST.

O presidente da EBC reafirmou as críticas contra emissoras privadas.

A CPI aprovou na quarta-feira 24, o convite a dois ministros de Estado para prestar esclarecimentos acerca das invasões promovidas pelo movimento.

Eis os ministros que foram convidados: Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar). Inicialmente, a proposta da oposição era que os ministros fossem convocados, mas um acordo feito com os deputados governistas converteu os requerimentos em convites.

Dos sete documentos propostos pelos governistas, quatro foram aprovados. Entre eles está um que solicita informações ao ministro Fávaro sobre os meios de convênios, entre 2018 e 2022, que liberaram recursos públicos para a realização de eventos nacionais e internacionais do agronegócio.

Já outro solicita informações ao Incra sobre a desistência formal ou a paralisação da obtenção de imóveis e da fiscalização cadastral com vistas à criação de assentamentos entre os anos de 2016 e 2022. O documento, contudo, sofreu uma alteração na data, que será entre 2012 e 2022.

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