Campanha de Lula: Tema da corrupção deve ficar em segundo plano

“Esse tema certamente será usado pelos nossos adversários”, disse Gleisi Hoffmann

Na campanha presidencial de 2022, a liderança do Partido dos Trabalhadores (PT) prefere deixar em segundo plano a discussão sobre corrupção.

– Esse tema certamente será usado pelos nossos adversários. Queremos fazer um debate sobre a verdade. Já vencemos na Justiça e estamos vencendo na política – disse a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, à Folha de S.Paulo.

A sigla defende também que acusações contra o presidente Jair Bolsonaro devem ser tratadas com cautela durante a campanha.

Alguns petistas defendem que é urgente uma autocrítica sobre corrupção.

– Essa é uma autocrítica que o PT poderia fazer, de ter utilizado a corrupção como arma para desqualificar o oponente. Temos de desqualificar no confronto de ideias, não em práticas udenistas, lacerdistas, porque isso leva a golpe de Estado – falou o ex-deputado federal Wadih Damous (PT-RJ).

Para Tarso Genro, ex-ministro da Justiça, o PT não deveria polarizar demais sobre corrupção em 2022, pois isso “degrada o debate político”.

– Corrupção é um tema importante, mas não o principal. Pandemia, milícias e deterioração das políticas sociais são mais relevantes hoje – avaliou.

Polícia Federal indicia Renan Calheiros por corrupção

A Polícia Federal (PF) indiciou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A corporação afirmou ao Supremo Tribunal Federal ter reunido indícios de que o atual relator da CPI da Covid recebeu R$ 1 milhão em propina da Odebrecht. O inquérito foi aberto em 2017.

Agora, o Supremo deve enviar o caso para a Procuradoria-Geral da República decidir se fará uma denúncia ou arquivará o caso. O senador teria recebido vantagem indevida em troca da aprovação de uma resolução no Senado em 2012 que beneficiou a empreiteira.

A propina teria sido paga em 2012, em dinheiro vivo, para o motorista de um suposto operador de Calheiros, de acordo com a PF. A acusação tem como base os registros internos do sistema de pagamentos de propina da Odebrecht, que atribuiu o codinome “Justiça” ao repasse ao senador.

O sistema da empreiteira registrou uma ordem de pagamento em dinheiro vivo ao motorista, no dia 31 de maio de 2012. O motorista foi ouvido em depoimento pela PF e disse “não se recordar” de ter recebido qualquer mala ou dinheiro.

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