Cães identificam casos de covid pelo cheiro com mais de 90% de precisão

Estudo feito pela união de um centro de pesquisa canina e duas universidades britânicas, chegaram aos resultados de conseguir detectar o vírus da covid-19 em centenas de amostras com mais de 90% de precisão com o auxílio de seis “cachorros-detetives”. Além dos animais, o estudo também testou a capacidade de sensores detectarem o vírus. Embra a pesquisa ainda não está revisada por outros cientistas nem publicada em revistas, já foi divulgada no final da última semana e já está disponível on-line (em inglês).

Nos testes, os cães com melhor desempenho detectaram o “cheiro” do vírus em amostras com precisão de até 94,3%, que significa um baixo risco de resultados negativos falsos, além de até 92% de especificidade, que significa um baixo risco de resultados positivos serem falsos. Já os sensores eletrônicos tiveram 98% de sensibilidade, que significa baixíssima chance de falso negativo 99% a 100% de especificidade, indicando baixíssima chance de falso positivo.

Os resultados sugeriram que pessoas infectadas com o coronavírus, mesmo sem sintomas ou com sintomas leves, têm um cheiro distinto, que pode ser identificado por cachorros treinados e por sensores com alto grau de precisão. Os cães foram capazes de detectar os odores tanto em pessoas sem sintomas quanto naquelas com duas cepas diferentes do vírus, e com cargas virais altas e baixas.

A cientista Claire Guest, uma das autoras da pesquisa, é diretora de um centro de pesquisa, a Medical Detection Dogs, que já investigava como cachorros podem ajudar no diagnóstico de outras doenças, como câncer e diabetes “Esses resultados fantásticos são mais uma evidência de que os cães são um dos biossensores mais confiáveis para detectar o odor de doenças humanas. Nosso estudo robusto mostra o enorme potencial dos cães para ajudar na luta contra a Covid-19″, afirmou em um comunicado à imprensa.

A cientista liderou o estudo junto com Sarah Dewhirst, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM, sigla em inglês). A pesquisa teve a participação de dezenas de outros cientistas.

Para as especialistas, o estudo é o primeiro a avaliar se cães treinados podem distinguir entre o odor de pessoas infectadas com o coronavírus e o daquelas não infectadas, com um número suficientemente alto de cães e de amostras “Saber que podemos aproveitar o incrível poder do nariz de um cachorro para detectar a Covid-19 de forma rápida e não invasiva nos dá esperança de um retorno a um estilo de vida mais normal por meio de viagens mais seguras e acesso a locais públicos, para que possamos novamente socializar com família e amigos”, completou Guest.

Um modelo matemático que acompanha o estudo destaca o potencial de cachorros serem usados em aeroportos: dois cães poderiam rastrear 300 passageiros de avião em cerca de 30 minutos. Dessa forma, apenas as pessoas identificadas como positivas pelos cachorros necessitariam de um teste do tipo PCR, considerado “padrão ouro” de diagnóstico da covid.

A estimativa das cientistas é que o rastreio pelos cachorros e o uso de um teste PCR confirmatório detecte até 91% dos casos e evite 2,2 vezes mais a transmissão da Covid-19 do que isolar apenas pessoas com sintomas. Se usados em aeroportos, os cães também podem servir como um impedimento visual, reduzindo o número de passageiros que viajam com certificados falsos de exame negativo para a covid-19.

As cientistas explicam que isso já foi observado em relatos sobre a presença de cães detectores de explosivos e drogas servindo como um dispositivo visual que faz as pessoas desistirem de levar explosivos e drogas a locais públicos. O “rastreio canino” de passageiros com Covid já foi testado em alguns aeroportos, como de Helsinki, na Finlândia, e Moscou, na Rússia.

Com informações do G1

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