Projeto em discussão no Senado prevê a divisão do Pará em dois estados
Um projeto de lei em análise no Senado prevê a criação de um novo estado no Brasil, o Tapajós. A área iria abrigar 23 municípios presentes no Oeste do Pará, que seria dividido em dois estados.
A proposta de divisão do Pará já vem sendo discutida desde os anos de 1990. Na época, a ideia era dividir o estado em três: Pará, Tapajós e Carajás. O tema chegou a passar por um plebiscito em 2011, mas os moradores votaram contra a criação de novas unidades de Federação.
Agora, em 2021, o tema retornou às discussões após o projeto de criação do estado de Tapajós ser colocado em discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na última quarta-feira (17).
O projeto foi apresentado em 2019 é relatado na CCJ por Plínio Valério (PSDB-AM). Ao apresentador voto favorável à medida, o parlamentar apontou que a população do Oeste do Pará acaba não sendo beneficiada com serviços.
“Esses municípios [que formariam o estado de Tapajós] reclamam autonomia porque não têm as benesses dessa pujança. Essa gente quer partilhar dessa riqueza”, explicou.
Após a leitura de voto, um pedido coletivo de vista suspendeu a análise da proposta na CCJ. Caso o texto seja aprovado no Senado e na Câmara, ainda passará por um novo plebiscito.
TAPAJÓS
O projeto que prevê a criação de Tapajós aponta que o novo estado teria uma área de 538,049 mil km², cerca de 43,15% do Pará. No total, seriam 23 municípios e cerca de 2 milhões de habitantes. Além disso, Tapajós teria 8 deputados federais e 24 deputados estaduais.
Os municípios que fariam parte do novo estado seriam: Alenquer, Almeirim, Aveiro, Belterra, Brasil Novo, Curuá, Faro, Itaituba, Jacareacanga, Juruti, Medicilândia, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Novo Progresso, Óbidos, Oriximiná, Placas, Prainha, Rurópolis, Santarém, Terra Santa, Trairão e Uruará.
A cidade de Santarém seria a mais cotada para ser a capital do novo estado, tendo uma população de 294.580 pessoas, de acordo com os dados do último censo realizado pelo IBGE em 2010.