Boric defende ação conjunta da América Latina em caso de Bolsonaro não aceitar o resultado das eleições

Em entrevista à Time, presidente chileno disse que os governos precisam agir em conjunto para impedir um golpe semelhante ao ocorrido na Bolívia em 2019

O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse em entrevista à revista Time, que a América Latina “tem que reagir em conjunto” para impedir, o que descreve como um “possível golpe de estado de Jair Bolsonaro”.

“Foi muito emocionante ver a carta de São Paulo, que leva um milhão de assinaturas em favor da democracia, com a transversalidade dos signatários. Foi um sinal potente da sociedade brasileira”, disse ele, em referência ao manifesto dos esquerdistas lido na sede da Faculdade de Direito da USP.

Capa da mais nova edição da revista e definido como “a jovem guarda” por ser o presidente mais novo da história do Chile, Boric foi questionado sobre o que faria para apoiar os partidos de esquerda, caso Bolsonaro não aceite o resultado das eleições.

Em resposta, o líder de extrema-esquerda fez uma referência à situação vivida pela Bolívia em 2019, quando Jeanine Áñez chegou ao poder após as eleições fracassadas que resultaram na renúncia de Evo Morales à presidência, o que o atual governo boliviano considera ter sido um golpe de Estado.

Boric assumiu a presidência em março e se tornou alvo de Bolsonaro em um debate presidencial nas eleições desse ano. O presidente brasileiro criticou uma série de líderes de esquerda na América Latina e disse que o chileno apoiado por Lula “queimou metrôs” em protestos.

Boric começou sua carreira política ainda quando era estudante, tendo participado dos protestos de 2011 pela gratuidade do sistema de ensino superior. Três anos depois, ele foi eleito deputado pela primeira vez e seguiu no cargo até este ano, quando se tornou presidente do país.

Por Gleyson Araújo, com informações da Veja

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