“Tarcísio é 10 na parte técnica, mas na parte política ele é bastante inexperiente e naturalmente ele estava chateado porque estava apanhando muito, em especial nas mídias sociais, mas faz parte da regra do jogo”.
Essa afirmação de Jair Bolsonaro em entrevista concedida à Jovem Pan, algumas horas após a atribulada reunião de lideranças e parlamentares do PL com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é um balde de água fria em quem achava que haveria algum tipo de estremecimento na relação entre eles.
Mas serve ainda de alerta, para os que acham que já está decidido que o ex-ministro da Infraestrutura é o candidato natural da direita em uma disputa presidencial, após a decisão do TSE que tornou o ex-presidente inelegível.
Assim, Bolsonaro acalma a própria base e estabelece o foco principal dos trabalhos, que é encontrar formas de fazer a esperada oposição ao atual governo petista.
Ele esclareceu ainda o motivo dos membros do seu partido terem batido de frente com o governador paulista, que foi a Brasília para tentar alterar trechos controversos da reforma que acabou aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados, na noite de ontem.
“Mais de uma dezena de novas propostas entraram no projeto. Proposta que segundo eu conversei com o Tarcísio, não interessavam para o Brasil. E ele tomou uma posição, ligou pro líder e disse que, por ele, não colocaria em votação essa PEC. O que a gente esperava? Saírem dez itens da proposta anterior e acabaram entrando outras dez, piorando ainda mais.”, concluiu o capitão.
Uma derrota dura de engolir, mas que serve de lição aos que insistem em acreditar que é possível fazer oposição e ter um bloco conservador sem a presença de Bolsonaro.