Trocas de aparelho e linha ocorriam a cada seis meses, aproximadamente
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em entrevista publicada pela revista Veja, neste domingo (21), revelou que trocava de telefone celular a cada seis meses por questões de segurança. A substituição periódica incluía aparelho e linha.
A prática adotada pelo ex-mandatário dificultou o trabalho da Polícia Federal (PF), que no início de maio, apreendeu o telefone de Bolsonaro no curso da Operação Venire, que investigava suspeita de fraudes em cadernetas de vacinação, mas teve bastante dificuldade para acessar informações pregressas, inerentes ao período em que ele presidia o país.
No entendimento de Bolsonaro, a quebra de sigilo telefônico de alguém que ocupou a Presidência da República é algo muito delicado.
“Algumas coisas que eu tratei com o [Vladimir] Putin [presidente da Rússia] em fevereiro do ano passado foram pelo meu telefone. Também falei com embaixadores, etc. Eu não quero que fique registrado, não quero que façam história em cima disso”, disse o ex-presidente.
“Trocava a cada seis meses – aparelho, número, tudo, porque se fosse perdido, extraviado, ninguém ia pegar. Eram segredos de Estado, assuntos sensíveis. Vocês acham que o clima não subia com setores da sociedade, da indústria, do agronegócio? Para que saber a conversa que eu tive com tal governador em determinado dia? Não interessa isso, eu tenho discrição”, declarou.