Presidente afirmou que seria deselegante que um membro do serviço de inteligência dos EUA viesse ao Brasil para “dar um recado”
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante uma transmissão ao vivo realizada nesta quinta-feira (5), que não houve qualquer orientação da CIA (serviço de inteligência dos Estados Unidos) a respeito das eleições do Brasil.
A notícia sobre o suposto recado foi publicada pela agência Reuters. Segundo a publicação, o líder teria sido orientado a parar de questionar a integridade do pleito.
“Seria extremamente deselegante um chefe de uma agência como a CIA, vir ao Brasil para dar um recado. A gente vê que é uma mentira, que é uma fake news que, por coincidência, talvez queiram criar uma narrativa plantada fora do Brasil quando as Forças Armadas foram convidadas a participar do processo eleitoral”, disse Bolsonaro.
De acordo com a Reuters, o diretor da CIA, William Burns, teria dito a integrantes do governo brasileiro que Bolsonaro deveria deixar de questionar a integridade das eleições no país. O tal conselho teria sido feito durante uma reunião em julho de 2021.
Ao lado de Bolsonaro na live, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, confirmou a reunião com integrantes da CIA em julho do ano passado, mas ressaltou que o encontro serviu para falar sobre troca de experiências na área de inteligência. O chefe do GSI também nega que tenha ocorrido qualquer conversa sobre eleições.
“Um repórter da Reuters fez uma narrativa de que teria sido mandado ao Brasil [um representante da CIA] para dar um recado para o senhor para não perturbar mais a realização das eleições de 2022. Lógico que as conversas sobre a área de inteligência, nós tivemos, foram extremamente produtivas, foram muito interessantes. Essa conversa sobre eleições jamais aconteceu”, disse Heleno.