Presidente queixou-se da mobilização em torno da Carta pela Democracia
Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada nesta quinta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro (PL) queixou-se contra o manifesto chamado Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito. Na ocasião, o chefe do Executivo questiona retoricamente qual ameaça ele oferece para a democracia brasileira.
Seguindo o argumento do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ele também atribui o protesto à insatisfação de banqueiros em relação à criação do Pix.
“Carta pela democracia? Qual ameaça estou oferecendo para a democracia? Você pode ver, esse negócio de carta aos brasileiros, da democracia, os banqueiros estão patrocinando. É (com) o Pix que eu dei uma paulada neles. Os bancos digitais, também nós facilitamos. Estamos acabando com o monopólio dos bancos. Estão perdendo o poder”, pontuou.
Essa não é a primeira vez que o presidente se pronuncia sobre o manifesto. Nesta quarta-feira (27), ele afirmou que o Brasil não precisa de uma “cartinha” em defesa do regime democrático, pois já vivemos neste modelo político.
“Vivemos em um país democrático, defendemos a democracia. Não precisamos de nenhuma cartinha para falar que defendemos a democracia, e que queremos, cada vez mais, nós, cumprir e respeitar a Constituição. Não precisamos, então, de apoio ou sinalização de quem quer que seja para mostrar que o nosso caminho é a democracia, é a liberdade, é o respeito à Constituição”, afirmou.
A CARTA
Formulado por professores esquerdistas da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o documento recebeu o apoio de políticos de esquerda, de economistas, de advogados ligados a Lula.
Sem citar nomes, a carta afirma que o Brasil “está passando por um momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”.
O texto defende as urnas eletrônicas ao dizer que “o processo de apuração no país tem servido de exemplo no mundo, com respeito aos resultados e transição republicana de governo”.