Presidente afirma que “fechamento da torneira” justifica resistência da emissora com seu governo
Na manhã desta sexta-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro ironizou, por meio de seu Twitter, a entrevista concedida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite de quinta (25). O chefe do Executivo corroborou os comentários de internautas que afirmaram que os âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos teriam sido “parciais” na sabatina.
O candidato à reeleição teve 24 minutos e 37 segundos de fala, enquanto seu principal adversário ao Palácio do Planalto falou por 30 minutos e 16 segundos. Para Bolsonaro, “ninguém deveria estar surpreso” com as diferenças de tratamento, visto que, ainda segundo o mandatário, é “perfeitamente compreensível a Globo tratar melhor aqueles que estão dispostos a pagar mais”.
“Ninguém deveria estar surpreso. Na verdade, compreendo perfeitamente a Globo tratar melhor aqueles que estão dispostos a pagar mais. Eles são a esperança de dias melhores para a emissora. Nada mais coerente do que pegar mais leve. Estranho seria comigo, que fechei a torneira”, debochou.
Nesse mesmo contexto, Bolsonaro mencionou uma eventual resistência da emissora em noticiar fatos positivos sobre seu governo. Ele reiterou, no entanto, que “jamais vai defender o controle” da emissora, em referência ao petista, que já falou em algumas oportunidades sobre uma proposta de “regulamentar a mídia”.
“Talvez se tivéssemos dado o que queriam, as boas notícias não seriam acompanhadas por um “mas” e sobrariam aplausos ao meu governo. Mas escolhemos investir no Brasil e não em elogios. Por isso, o desemprego cai, a economia cresce, a violência diminui, mas a gritaria continua. A garantia que a Globo e a imprensa de forma geral sempre terá comigo é de jamais defender o seu controle, como pretende o outro lado. Para quem ama e defende a liberdade, isso não tem preço. Mas hoje, infelizmente, muitos são capazes de entregá-la por algumas moedas de prata”, ilustrou.
O chefe do Executivo argumentou ainda que a rede de televisão promove “perversidades como o aborto, as drogas, a ideologia de gênero, a inversão de valores e a destruição da família”, mas não é sustentada com dinheiro público.