O voo deve sair da Base Aérea de Brasília por volta das 19h
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua comitiva de autoridades iniciam viagem a Moscou nesta segunda-feira, 14, para encontro com Vladimir Putin.
O voo deve sair da Base Aérea de Brasília por volta das 19h, com tempo de duração estimado em aproximadamente 20 horas.
Devem viajar com Bolsonaro os ministros das Relações Exteriores, Carlos França; do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; da Defesa, Walter Braga Netto; e o da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.
Marcos Molina, dono da Marfrig; o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin; e o presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, além de representantes da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, estão entre os empresários que foram escalados para acompanhar a viagem.
O encontro, que prevê reuniões bilaterais, já estava sendo planejado desde o ano passado, antes do aumento das tensões entre Ucrânia e Rússia.
“Fui convidado pelo presidente Putin. O Brasil depende em grande parte de fertilizantes da Rússia, da Bielorrúsia”, informou o presidente em entrevista no sábado 12 à rádio Tupi.
“Levaremos um grupo de ministros também para tratarmos de outros assuntos que interessam aos nossos países, como energia, defesa e agricultura”, destacou. Negociações Brasil — Rússia
Em 2021, o Brasil vendeu um total de US$ 1,7 bilhão em produtos para a Rússia, o equivalente a 0,6% das exportações totais, a menor participação em pelo menos duas décadas.
Isso deixou o país com a nona maior população do mundo em 36º entre os destinos para onde o Brasil mais exporta.
Na pauta dos itens mais vendidos para os russos estão alimentos como soja, frango, carnes, café, açúcar e até amendoim, o que faz do país um parceiro especialmente querido do agronegócio brasileiro.
No sentido oposto, os fertilizantes dominam a lista de produtos exportados pela Rússia ao Brasil — cerca de 60% (R$ 3,5 bilhões) dos R$ 5,6 bilhões que o Brasil importou dos russos em 2021 foi em adubos e fertilizantes, de acordo com os dados oficiais da balança comercial brasileira.
O valor importado mais do que dobrou no ano passado e consolidou de vez uma relação bilateral que, depois de anos favoráveis, hoje é deficitária para o Brasil.
Segundo o presidente da Câmara Brasil-Rússia, Gilberto Ramos, as oportunidades entre os dois países vão muito além do agronegócio, inclusive na atração de investimentos de empresas russas tanto estatais quanto privadas para o Brasil.
“A corrente comercial pode facilmente voltar para os US$ 9 bilhões, e nós projetamos um potencial de investimentos entre os dois países de US$ 40 bilhões nos próximos cinco anos”, disse Ramos à CNN.