A filiação de Bolsonaro ao PL está marcada para terça-feira, dia 30
O presidente Jair Bolsonaro deve se filiar ao PL nesta terça-feira, 30, e o acordo fechado, com o cacique da sigla, Valdemar Costa Neto, permitiu as exigências do mandatário para formar chapa em São Paulo, onde pretende lançar Tarcísio de Freitas (ministro da Infraestrutura) para o governo do estado e Ricardo Salles para o Senado (ex-ministro do meio ambiente).
Os dois nomes compõem a chapa ideal para Bolsonaro, no entanto, a definição ainda depende da decisão do ministro. No caso de Salles, embora já tenha aceitado a missão, o ex-meio ambiente só deve topar de fato sua candidatura caso Tarcísio seja o nome para o Palácio dos Bandeirantes.
Tarcísio de Freitas sempre rejeitou a possibilidade de enfrentar uma candidatura em São Paulo, onde o PSDB tem grande influência. O ministro já havia sinalizado que preferia tentar se candidatar ao governo de Mato Grosso ou Goiás, locais em que tem maior visibilidade.
Contudo, após a aproximação de Geraldo Alckmin (PSDB), ao ex-presidente Lula, Tarcísio estaria mais animado, uma vez que uma parcela do eleitorado do tucano teria sido assustado por essa convergência inesperada de Alckmin com o petista da extrema esquerda.
O ministro da Infraestrutura tem até o dia 30 para decidir se aceitará ou não a proposta do presidente. A decisão de Tarcísio é fundamental para Bolsonaro, já que caso a proposta seja aceita, significa a garantia de um palanque no estado de São Paulo, que possui o maior colegiado eleitoral do país.
Quanto a Ricardo Salles, a possibilidade de se candidatar ao Senado só deve ser concretizada se Tarcísio também topar a candidatura a governador estadual. Do contrário, o ex-ministro prefere ser candidato a deputado.
Caso Salles opte por não aceitar a empreitada, o nome de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, vem sendo cogitado como alternativa para o Senado. Em um cenário onde dê errado a candidatura de Tarcísio, Skaf também é uma opção do próprio PL para o governo do estado.
Tratativas em outros estados
Valdemar Costa Neto recebeu carta branca dos diretórios estaduais do partido para fechar a filiação do presidente, mesmo que isso signifique rever acordos já firmados.
Entre os estados com impasses nas escolhas das chapas, Costa Neto e Bolsonaro teriam tratado do caso de Goiás, definindo apoio à indicação do mandatário. O presidente pretende lançar o nome do deputado Major Vitor Hugo, líder do PSL na Câmara. Com a escolha, o apoio da sigla ao prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, foi revisto.
Outros estados que devem sofrer consequências com a chegada de Bolsonaro no PL são o Ceará e o Piauí, onde o comando dos partidos têm alianças com o PT e, por isso, as lideranças estaduais devem ser trocadas. Em demais locais do Nordeste, estão previstas desfiliações e mais mudanças nos diretórios de legenda.