Presidente conversou com Tucker Carlson, da Fox News, em programa de maior audiência da TV a cabo norte-americana
A Fox News transmitiu para os EUA a entrevista gravada com o presidente Jair Bolsonaro na noite da última quinta-feira, 30. O chefe de Estado do Brasil falou ao jornalista Tucker Carlson sobre temas diversos, da desinformação sobre a gestão da Amazônia ao atual cenário político da América do Sul.
Bolsonaro usou a oportunidade de falar ao Tucker Carlson Tonight, programa de maior audiência da TV a cabo dos EUA, para rebater versões sobre desmatamento descontrolado na área amazônica e o suposto descaso do governo federal sobre o tema.
“Não é verdade isso. Atualmente, dois terços do território brasileiro estão preservados e permanecem intocados, assim como nos anos 1500, quando este país foi descoberto pelos portugueses. Atos criminosos acontecem, não vamos negar isso. Esse tem tem muita visibilidade porque há um interesse enorme em tornar a nossa soberania sobre a região amazônica um fato relativo ou percebido sob uma luz relativa”, comentou o presidente.
“Não dependemos do interesse internacional em preservar a Amazônia. É de nosso próprio interesse e, é claro, queremos que esses esforços de preservação sejam recompensados de alguma forma.”
Confrontado pelo jornalista estrangeiro a respeito de críticas de celebridades norte-americanas, como o ator Mark Ruffalo, Bolsonaro voltou a falar sobre desinformação sobre a Amazônia. O brasileiro também agradeceu ao presidente russo Vladimir Putin pelo apoio sobre a questão.
“Me encontrei com o Putin e agradeci a ele, porque reconheceu a nossa soberania. Ele disse que a Amazônia pertencia ao povo brasileiro, e a ninguém mais”, declarou.
“Se eu me preocupar com todas as críticas, não vou trabalhar. Algumas pessoas não entendem nada sobre a Amazônia, nunca estiveram lá. Convido eles para visitar e sobrevoar, não vão ver nenhum fogo ou devastação. Eles falam porque é moda. Se na Europa você comenta sobre Amazônia e não critica acaba sendo um fiasco. É o que dá visibilidade na imprensa.”
Bolsonaro sobre isolamento dos EUA e outros temas – Na entrevista concedida a Tucker Carlson em Brasília, o presidente brasileiro falou sobre outros assuntos, como o recente avanço da esquerda sul-americana, depois de vitórias em eleições de países como Chile e Colômbia.
América do Sul à esquerda – “Se a esquerda voltar ao poder, em minha visão, ela nunca deixará o poder, e esse país seguirá o mesmo caminho da Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia. O Brasil será mais um vagão deste trem. Os perdedores serão a população brasileira e a própria esquerda. Toda a América do Sul será pintada de vermelho, se você me entende, e os EUA se tornarão um país isolado.”
A esquerda no Brasil – “Mesmo antes de o Lula tomar o poder, em 2003, a esquerda já pregava uma disputa de negros contra brancos, nordestinos e sulistas, e trabalhadores versus empresários. A esquerda ganhou seguidores graças a essa abordagem.”
Por que não tomou vacina para covid-19 – “Uma pessoa que já tenha sido contaminada, já está imune, e não precisa tomar a vacina. E esse foi o meu caso. Agora, comprei vacina para todos os brasileiros. Eu não obriguei as pessoas a tomarem vacina, eu respeitei a liberdade individual.”
Aborto – “A Suprema Corte norte-americana, quando recentemente trocou o entendimento sobre aborto, a esquerda não gostou disso. Nós gostamos, porque nós defendemos a vida desde a concepção.”
Posse de armas – “Nas eleições, se tudo realmente for bem, nós teremos um apoio substancial no Congresso e poderemos passar leis sobre armas de fogo nas mesmas linhas que os Estados Unidos.”