Bastidores: Influenciadores petistas temem Projeto da Censura

Grupos do Telegram que reúnem milhares de seguidores alertam sobre os perigos do texto e criticam o governo Lula

O Projeto de Lei da Censura (PL 2630/2022) gera desconforto até mesmo em influenciadores digitais petistas. Em diversos grupos do Telegram aos quais Revista Oeste teve acesso, os produtores de conteúdo alertam sobre os perigos do texto promovido por aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Um dos grupos pertence a Thiago dos Reis, que se autodeclara “petista e ativista”. Ele tem mais de 365 mil seguidores no Twitter. A imagem de destaque de seu perfil é uma fotografia em que aparece ao lado de Lula.

Os apoiadores do governo temem que o projeto (1) favoreça grandes empresas de comunicação, como a Rede Globo; (2) cerceie as liberdades dos influenciadores esquerdistas, que ganharam espaço nas redes sociais; e (3) prive a população de entender os reais objetivos do texto.

Projeto da Censura começa a esmorecer

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB), relator do Projeto de Lei (PL) 2630/2022, decidiu retirar da matéria o trecho que previa a criação de um órgão público responsável por fiscalizar a divulgação de supostas notícias falsas.

Em contrapartida, o parlamentar manteve outros trechos sensíveis do projeto, como a proibição de contas automatizadas e a imposição de regras para a restrição de publicações de conteúdos nocivos.

A pressão da bancada evangélica provocou o recuo do relator. Nesta semana, membros do colegiado se reuniram com Orlando e manifestaram descontentamento com a criação de um órgão público regulador.

Os parlamentares vão votar o Projeto da Censura na terça-feira 2, apesar do pouco tempo disponível para a análise minuciosa do texto. Para ter uma ideia, o projeto tem 111 páginas.

Na terça-feira 25, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do PL. Por determinação do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), a votação não precisou de maioria absoluta, apenas simples — 192 deputados votaram contra o PL. Com isso, o texto não terá de passar por nenhuma comissão da Câmara e será votado diretamente no plenário.

Fonte: Revista Oeste

COMPARTILHAR