Barroso diz que Forças Armadas fizeram um “papelão” no TSE

Presidente do STF fez declaração durante Aula Magna

Em Aula Magna na PUC de São Paulo nesta segunda-feira (4), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso fez pesada declarações contra militares, citando “deslealdade”. Segundo ele, a politização das Forças Armadas “talvez tenha sido uma das coisas mais dramáticas para a democracia”.

“Tenho o maior respeito, porém foram manipulados e arremessados na política por lideranças. Fizeram um papelão no TSE. Convidados para ajudar na segurança e transparência foram induzidos por uma má liderança a ficarem dando suspeitas falsas, quando a lealdade é um valor que se ensina nas Forças Armadas”, declarou.

O ministro disse que, após a redemocratização, as Forças Armadas “tiveram comportamento exemplar no Brasil, de não ingerência e interferência, de cumprir suas missões constitucionais”.

Barroso também mencionou o que chamou de mecanismos usados pelo “populismo de extrema-direita contra os regimes democráticos”. Citou ainda o uso das plataformas digitais para “disseminar discurso de ódio e tentar destruir reputações”. Deu ênfase ao que considera “uso abusivo da religião”.

“Não se pode aparelhar a religião para servir a causas. Você usar a religião e dizer “o meu adversário é o demônio” é uma forma pavorosa de manipular a crença e a ingenuidade das pessoas”, acrescentou.

Barroso usa Aula Magna para fazer campanha contra Bolsonaro

O ministro fez referência a questões atribuídas ao governo Bolsonaro, sem citar nominalmente o ex-presidente – como já fez em outros discursos. Alegou que seus apontamentos são “fatos, já que juiz não tem opinião política”.

“Vivemos momentos muito difíceis e agora sabemos que um pouco mais difíceis do que imaginávamos, mas as instituições venceram e acho que estamos em um processo de reconstrução”, assinalou.

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