Barroso “desaprova” ação das Forças Armadas perante o TSE

Ministro diz que TSE não “errou” ao convidar militares para integrar a Comissão de Transparência das Eleições

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (5) que a Justiça Eleitoral não pode ser responsabilizada por “investidas” das Forças Armadas ante o sistema eleitoral.

Barroso dirigiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até fevereiro e trabalhou na preparação das eleições de outubro. Na gestão dele, com aval do plenário, os militares foram convidados para integrar a Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e passaram a dirigir questionamentos ao processo eleitoral.

Questionado se o convite teria sido um “erro tático”, o ministro rejeitou que o TSE possa ser “culpado” pela atitude dos militares.

“Acho que a culpa jamais seria de quem tratou uma instituição de Estado com o respeito que ela merece”, disse em entrevista no 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, organizado em São Paulo.

Barroso também minimizou o ofício enviado ao TSE no início da semana pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, pedindo acesso “urgentíssimo” ao código-fonte das urnas eletrônicas. “Já está aberto há um ano”, disse.

O código-fonte contém as instruções para que o sistema de votação funcione. O ministro também afirmou que Bolsonaro “não tinha prova nenhuma” de fraude nas urnas eletrônicas. “Tivemos mais de um ano de ataques diários do presidente ao sistema eleitoral”, criticou.

Barroso também elogiou a carta dos esquerdista “em defesa da democracia e do processo eleitoral”, divulgada pela Faculdade de Direito da USP e disse não ver conjuntura para um golpe antidemocrático no Brasil, narrativa levantada pela oposição. “Vão dar um golpe em nome do quê? Da cloroquina?”, ironizou.

Com informações da AE

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