Barroso autoriza PF a acessar documentos da CPI da Covid

De acordo com o ministro, a medida deve auxiliar as investigações sobre a condução da pandemia pelos políticos

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou a Polícia Federal (PF) a ter acesso integral aos conteúdos produzidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. A decisão é desta sexta-feira, 5.

De acordo com o magistrado, o acesso deve auxiliar as investigações sobre as eventuais responsabilidades em mortes ou nas supostas práticas de corrupção durante a condução da pandemia. A comissão encerrou suas atividades em outubro de 2021.

“O acesso integral trará elementos para contextualizar os fatos e as conclusões da autoridade policial e irá possibilitar o efetivo exercício da ampla defesa por parte dos investigados”, decidiu Barroso.

O relatório definitivo da CPI foi encerrado com quase 1,3 mil páginas e sugeriu o indiciamento de 80 pessoas. Entre elas, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

PGR pediu o arquivamento de denúncias contra Bolsonaro na CPI da Covid

A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, pediu ao STF o arquivamento de uma denúncia contra Bolsonaro, aberta com base no relatório da CPI da Covid.

A investigação atribuiu ao ex-chefe do Executivo e a seus apoiadores a responsabilidade por um “cenário de disseminação de comunicações enganosas que levaram as pessoas a adotarem comportamentos inadequados para o combate à pandemia”.

Para Lindôra, os indiciados “manifestaram suas opiniões e ideias sobre as medidas de combate à pandemia e questionaram as medidas impostas pelas autoridades sanitárias”, mas não “incentivaram diretamente as pessoas para que desrespeitassem as medidas determinadas pelas normas sanitárias, o que afasta a consumação do delito de incitação ao crime”.

“Em nenhum momento, entretanto, de acordo com a análise realizada pela Polícia Federal, verificou-se que os indiciados incitaram a população a não usar a máscara de proteção individual e a realizar aglomerações”, alegou a vice-PGR.

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