“Foi bem caótico, foram momentos de terror. Eles colocaram arma na nossa cabeça e perguntaram sobre as vacinas. Foram momentos de pânico porque eles eram super agressivos. Eles batiam em todas as portas, queriam entrar em todas as salas. Eu estou exausta física e mentalmente. Estou há um ano nessa saga. Além do risco de ser infectada, ainda estamos sujeitos a assaltos porque não temos segurança”, disse a enfermeira.
Além da pandemia da covid-19, Shimene Dias tem mais motivos para se preocupar no dia a dia de trabalho. Na segunda-feira, 22, a enfermeira presenciou duas investidas de ladrões que buscavam por vacinas na UBS (Unidade Básica de Saúde), na Vila de Ponta Negra, onde atua em Natal. A segunda tentativa foi a mais grave: ela e um colega foram rendidos por bandidos armados que levaram 20 doses do imunizante Coronavac. Dois suspeitos foram detidos, mas o medicamento contra o coronavírus não foi recuperado.
Uma das angústias de Shimene é a falta de ação da segurança pública de Natal. Ainda na segunda-feira, às 7h30, horas antes do assalto, os três homens estiveram na UBS e fizeram a primeira tentativa de crime.