Atirador do shopping Morumbi deixa prisão após 25 anos

Mateus Meira cumpria pena no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Salvador

Mateus da Costa Meira, ex-aluno de Medicina conhecido como atirador do Shopping Morumbi, deixou a prisão. Ele foi solto na última semana, 25 anos após o crime que causou três mortes e deixou quatro pessoas feridas em um cinema do shopping Morumbi em 1999.

Meira cumpria pena no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Salvador (BA).

A decisão que determinou a soltura de Mateus foi publicada no último dia 18. A Justiça citou as novas diretrizes da política antimanicomial que apontam que a internação é providência excepcional, admissível apenas quando os recursos extra-hospitalares forem insuficientes.

A Justiça apontou ainda que peritos concluíram que o atirador tinha condições de retornar ao convívio social e familiar. No entanto, Mateus deverá continuar com o tratamento em rede privada vinculada ao seu plano de saúde.

A desinternação pelo prazo de um ano tem condicionantes como manter bom relacionamento com amigos, familiares e estranhos e permanecer em recolhimento domiciliar noturno. O ex-estudante não poderá portar armas, ingerir bebidas alcoólicas, consumir drogas ilícitas ou frequentar bares, casas de jogos e festas populares.

Segundo o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), o processo corre em segredo de Justiça.

O CRIME

Mateus tinha 24 anos de idade quando cometeu o crime. Na ocasião, ele estava assistindo ao filme Clube da Luta.

Em certo momento, Meira foi ao banheiro e tirou uma submetralhadora de uma sacola. Ele voltou para a sala de cinema e disparou contra os espectadores.

Seguranças dominaram o então estudante e o levaram para uma delegacia. O julgamento aconteceu em 2004, e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou Meira a 120 anos e seis meses de prisão. Porém, três anos depois a pena foi reduzida para 48 anos e nove meses.

O atirador cumpriu pena no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. Em 2009, ele foi transferido para o presídio Lemos Brito, em Salvador (BA), a pedido da família, que mora no estado. Em maio daquele ano, ele foi acusado de tentar matar com golpes de tesoura um companheiro de cela, o espanhol Francisco Vidal Lopes.

Dois anos depois, com base em laudo de esquizofrenia, a 1ª Vara do Tribunal do Júri de Salvador decidiu que Mateus não podia ser considerado responsável pelos próprios atos.

Em 2019, exames médicos e psicológicos apontaram que o atirador não apresentava alterações no comportamento que indicassem periculosidade.

O advogado Vivaldo do Amaral Adães, que representa Meira, não quis se manifestar sobre o caso. As informações são do Metrópoles e da Folha de S.Paulo.

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