Cantor sertanejo é acusado de transfobia por perguntar se trans tinha órgão sexual masculino
A Associação LGBTQIA+ entrou com uma denúncia no Ministério Público de São Paulo contra o cantor sertanejo Bruno Félix, da dupla com Marrone, por transfobia. O grupo LGBT pede a prisão ou o impedimento dos shows do sertanejo. A revista Quem divulgou a informação na terça-feira 30.
Bruno é acusado de transfobia por ter feito uma pergunta à repórter trans do programa TV Fama, Lisa Gomes, num evento realizado em 12 de maio. “Você tem ‘pau’?”, perguntou Bruno. “Como assim?”, respondeu a “mulher trans”. O sertanejo repetiu a pergunta: “P**oca”.
“Estou aqui para pedir desculpas para Lisa Gomes, pelo que perguntei para ela”, retratou-se Bruno, nas redes sociais. “Fui totalmente infantil, totalmente inconsequente. Acho que não tem como voltar no tempo, e quero pedir perdão para ela. Perdão, Lisa Gomes.”
Na segunda-feira 29, o advogado da Associação LGBTQIA+, Ângelo Carbone, recorreu ao Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e entrou com um pedido de tutela de urgência pela suspensão das atividades de Bruno por 90 dias. O grupo pede a prisão preventiva do sertanejo, que teria de usar tornozeleira eletrônica.
Advogado rebate Bruno
Carbone chamou Bruno de criminoso. “Pedimos a tutela de urgência para que esse criminoso tenha as atividades musicais suspensas”, disse o advogado à revista Quem. Ele também disse que Bruno não é mais réu primário. “É reincidente por crime semelhante e indenizou a vítima em R$ 10 mil.”
O advogado considera que a consequência de não haver punição é o assassinato de LGBTs. “Ele já cometeu crime semelhante e não deu nada”, lembrou. “Pagou R$ 10 mil e nada ocorreu. Agora, fez de novo e não vai dar em nada? Uma mesa para assistir a um show dele custa R$ 100 mil. O que é R$ 10 mil para ele? Daqui a pouco eles não vão só agredir, vão matar os LGBTs! Não podemos aceitar! Será que é justo permitir que pessoas como esse sujeito fiquem impunes?”