A pobreza na Argentina já atinge quase 50% da população
A Argentina está acostumada a crises econômicas recorrentes, mas a pandemia de Covid-19 agravou a recessão que o país sofre desde meados de 2018. O desemprego e a pobreza aumentaram expressivamente. A economia está em queda livre, com mais de 42 mil pequenas e médias empresas fechadas desde março.
A jornalista Maria Laura Assis, que recentemente compartilhou imagens de um “centro de isolamento” forçado na cidade de Formosa, voltou a expor a grave situação do país vizinho. Nesta sexta-feira (5), Maria publicou no Twitter um vídeo que mostra cidadãos argentinos em filas para receberem sobras de uma padaria.
Todas as noites antes do fechamento do estabelecimento, os funcionários saem para distribuir o que sobrou de alimento.
– Antes eram 20 pessoas, agora temos 300, muitos são clientes daqui. Dizem que ficaram sem trabalho e vêm pedir para levar a família – conta uma das funcionárias ao jornal argentino El Siglo.
Na publicação, internautas relacionam o agravamento da crise às medidas de restrição e isolamento adotadas no país.
– Estar na Argentina significa ter muitas crises, com quedas e altas no consumo, quedas e altas na lucratividade, e é preciso ir lidando com tudo isso. Temos alma de empreendedores, mas isto agora é diferente, tudo fechou. Receita zero – disse o comerciante Federico Cillarroca.
O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina caiu 19,1% no segundo trimestre do ano, o maior colapso desde 1981.
De acordo com Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA), a pobreza na Argentina atingiu 44,2% da população no fim de 2020.