A moeda do país segue perdendo o fôlego frente ao dólar
Pelas estimativas do Banco Central da Argentina, o país deve somar 126,4% de inflação em 2023. A estimativa aparece no mais recente relatório da instituição sobre o assunto, publicado na sexta-feira 5.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula 94,7% de aumento nos preços ao consumidor argentino em 2022. Ou seja: a projeção da autoridade monetária para inflação da Agrestina mostra um cenário de piora em 2023.
A crise inflacionária que afeta a vida dos argentinos está entre as mais dramáticas do planeta. No ano passado, por exemplo, a elevação do custo de vida do país só não foi maior que a do Zimbábue e da Venezuela — a pior situação do planeta.
De acordo com o Banco Central, o aumento dos preços em maio ficará em 7,4% Assim, em um único mês, a elevação do custo de vida argentino é maior que a variação de um ano todo no Brasil, onde o aumento acumulado ao longo de 2022 ficou em cerca 5,9%.
Em meio ao estouro da inflação, a moeda argentina continua perdendo fôlego em 2023. No país, existem dois valores para o câmbio frente ao dólar. Um oficial, registrado pelo Banco Central, e o outro é o chamado dólar blue, negociado de acordo com a oferta e demanda no mercado paralelo.
Atualmente, cada dólar vale cerca de 230 pesos na cotação oficial, segundo o jornal argentino El Cronista. A moeda, entretanto, quase nunca é encontrada para compra nesse preço. Assim, a população corre para o mercado paralelo, onde US$ 1 custa, hoje, por volta de 470 pesos.