Após recusa do governo, Bahia aceita ajuda direta da Argentina

O país vizinho refez oferta de auxílio, desta vez diretamente ao estado

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou pelas redes sociais nesta quinta-feira (30) que aceitará ajuda humanitária direta da Argentina. O país vizinho refez a oferta de auxílio, dessa vez diretamente ao estado, após a recusa do governo federal, que avaliou que a ajuda não era necessária no momento.

O anúncio do governador se estende a “todos os países do mundo” que queiram estender a mão ao estado brasileiro, informou Rui. A Bahia vem enfrentando graves enchentes em razão das chuvas deste mês de dezembro.

“A Argentina ofereceu ajuda humanitária às cidades afetadas pelas chuvas na Bahia, apesar da negativa do governo federal. Me dirijo a todos os países do mundo: a Bahia aceitará diretamente, sem precisar passar pela diplomacia brasileira, qualquer tipo de ajuda neste momento”, declarou o governador.

Segundo o estado, a Argentina enviará de imediato dez profissionais especializados em água, saneamento, logística e apoio psicológico às vítimas.

GOVERNO FEDERAL

No documento enviado em resposta a Argentina, o governo federal afirma que a reserva de R$ 200 milhões disponibilizados ao estado já se mostravam suficientes para auxiliar a Bahia em seu estado emergencial.

“O fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de 3 helicópteros da Marinha e [do] Exército”, acrescentou o presidente Bolsonaro, em publicação nas redes sociais.

O chefe do Executivo afirmou, porém, que sua gestão poderia aceitar a oferta caso houvesse “agravamento” da situação.

“A avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições”.

ENCHENTES

No mês de dezembro, a Bahia enfrentou o maior acumulado de chuvas dos últimos 32 anos. Ao todo, 24 pessoas morreram, 434 foram feridas, 91.258 ficaram desabrigadas e 629.398 foram afetadas, segundo dados da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec).

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