Ex-interventor disse que “sugestões” são bem-vindas, mas xingamentos e agressões não
O ex-interventor e atual secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, sentiu-se ofendido por críticas envolvendo a segurança pública na Bahia e bloqueou alguns dos autores das mensagens, incluindo jornalistas e pesquisadores. Questionado sobre sua atitude, o número 2 de Flávio Dino disse que “sugestões” são bem-vindas, mas xingamentos e agressões não.
As críticas ocorreram após ele defender a polícia baiana, que foi alvo de reclamações devido a operações com muitos mortos no estado. Em declaração à CNN Brasil na última quinta-feira (28), Cappelli defendeu que “não se enfrenta o crime organizado com fuzil de rosas”.
A fala despertou insatisfação entre perfis ligados a esquerda, jornalistas e pesquisadores. Cappelli reagiu bloqueando alguns de seus opositores, entre eles, o pesquisador Thiago Amparo e a jornalista Cecília Oliveira.
O ato de bloquear seus críticos foi visto como antidemocrático, e Cappelli fez uma publicação justificando sua atitude.
“Para alguém que colocou a própria vida em risco para defender a democracia, ser chamado de oportunista dói demais. Muito. O debate pode ser duro, mas sempre respeitoso (…). Ser chamado de racista, de incentivar o genocídio pelas polícias para alguém que arriscou a própria vida pela democracia dói demais. Muito. Mas vamos em frente”, escreveu ele, em duas publicações.
Cappelli é cotado para assumir o Ministério da Justiça caso o atual titular, Flávio Dino, seja indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF).