Presidente do Banco do Brasil também não participará do evento
O Banco do Brasil irá retirar o patrocínio da Agrishow, o maior evento agrícola do país. A informação foi confirmada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, nesta sexta-feira (28).
A decisão ocorre após a organização da feira ter aconselhado o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a participar do segundo dia da feira e alertá-lo sobre a eventual presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na abertura da feira, segunda-feira, dia 1° de maio.
Paulo Pimenta disse ao jornal O Estado de São Paulo que não sabia se a organização da feira já havia sido informada. Ele afirmou que o banco participará da feira mesmo com a retirada do patrocínio. Procurada, a Agrishow afirma que ainda não foi comunicada oficialmente da retirada do patrocínio.
Mais cedo nesta sexta, o Banco do Brasil informou que pretende desembolsar R$ 1,5 bilhão em negócios durante o evento. A presidente do BB, Taciana Medeiros, também não irá mais ao evento após o cancelamento do patrocínio.
A organização da feira nega que tenha retirado o convite ao ministro e diz que se tratou de um “alerta” para evitar eventual constrangimento. A atitude da Agrishow foi vista no governo Lula como uma provocação da organização ao atual presidente do Brasil, priorizando a oposição no palco.
Fávaro afirmou que foi “desconvidado” da abertura da feira após ter sido informado pelos organizadores que Bolsonaro estaria presente.
“Eu fui desconvidado, talvez para evitar algum mal-estar. Foi pedido se não seria melhor eu ir no dia 2. Eu entendi o recado, compreendo. Em outra oportunidade, eu visito o Agrishow com muito carinho. Tudo no seu tempo”, disse Fávaro à CNN Brasil na última quarta-feira (26).
Até a tarde da última quinta (27), o presidente da Agrishow, Francisco Maturro, tentava demover o ministro da desistência, pessoalmente e por meio de interlocutores. Ele garantiu a Fávaro que apenas autoridades ocupariam o palco de abertura, o que incluía o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Antes da confirmação de que banco retiraria o patrocínio, o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, havia sugerido que o governo federal boicotasse a feira.
Ex-chefe da Comunicação no governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten afirmou, no Twitter, que “publicidade e os patrocínios do Banco do Brasil são independentes” e que a “Secom não pode interferir.”