Amazonas: Superfície da água cai para nível mais baixo em 5 anos

Dados foram divulgados nesta segunda-feira

A superfície de água doce do Amazonas registrou em setembro seu nível mais baixo desde novembro de 2018. A informação consta em uma nota técnica divulgada, nesta segunda-feira (16), pela iniciativa Mapbiomas.

Um total de 3,46 milhões de hectares foi identificado, uma superfície de água 28% menor do que em setembro de 2022.

O estudo, que analisou imagens de satélite, aponta que, no mesmo mês em 2022, foi registrado o nível mais alto de água desde 2018, superior à média histórica analisada pelo Mapbiomas desde 1985.

Dos 62 municípios do Amazonas, cerca de metade teve uma queda de mais de 10 mil hectares de superfície de água, sendo Barcelos o mais alto, com 69 mil hectares.

Os pesquisadores também mapearam alguns pontos seriamente afetados pela redução da superfície da água e indicaram que, além da seca no Lago Tefé, que causou a morte de mais de cem botos, imagens de satélite mostram que lagos inteiros secaram nas planícies da reserva Auatí-Paraná.

O mesmo cenário foi observado no Lago Coari, onde extensos bancos de areia afetaram o calendário escolar e o transporte; portanto, dificultando o acesso a alimentos e medicamentos.

“Devido à redução de água em rios, lagos e áreas úmidas, o impacto sobre a biodiversidade aquática tem sido relatado em vários locais da região, mas isso ainda não foi estimado e pode atingir proporções alarmantes”, explicou Carlos Souza Jr., coordenador do Mapbiomas Água e principal autor da nota técnica.

Para o especialista, a Amazônia também é altamente vulnerável a incêndios em decorrência do desmatamento, do fenômeno El Niño – que foi bastante “severo” em 2023 – e do aquecimento do Atlântico Norte.

De acordo com a nota técnica, esses fatores têm sido os principais responsáveis pela atual seca na região, que pode até ser maior do que a ocorrida em 2010.

Para conter os incêndios florestais na região, o governo brasileiro redobrou seus esforços, mobilizando cerca de 3,5 mil bombeiros, aos quais se juntaram mais 119 homens no último final de semana.

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A grave seca que afeta a maior floresta tropical do mundo e questões que podem ajudar a combater a crise climática no Brasil, como transição energética, descarbonização e gestão de resíduos, serão discutidas no 1º Fórum Latino-Americano de Economia Verde, organizado pela Agência EFE e que será realizado, na quinta-feira (19), no Teatro Vivo, em São Paulo.

O fórum tem o patrocínio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e da empresa holandesa fabricante de tintas e revestimentos AkzoNobel, além do apoio da Câmara Espanhola de Comércio e da companhia aérea Iberia.

Fonte: EFE

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