Advogado de Silvinei: “Delação é para criminoso. Ele é um herói”

Defesa disse que seu cliente “nunca aceitaria” fazer uma delação premiada

Os advogados do ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, falaram com a imprensa após acompanharem o seu depoimento na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, nesta quinta-feira (10). A defesa afirmou que as autoridades não ofereceram acordo de colaboração premiada e que Silvinei não tem interesse na delação.

“Ele nunca aceitaria. Delação premiada é para criminoso. Ele é uma pessoa do bem, um herói nacional”, disse o advogado Eduardo Pedro Nostrani Simão.

A previsão é de que ele continuará preso em Brasília. Uma transferência para Florianópolis (SC), onde mora, foi descartada. A defesa, no entanto, afirma que entregou documentos que isentam o ex-diretor da PRF e espera a revogação da prisão preventiva.

“A gente chegou a suspeitar de perseguição política, já que não tem elementos, mas na verdade a gente verificou que o delegado foi induzido em erro. Com os elementos de prova ele vai chegar à conclusão de que realmente essa prisão foi desnecessária”, afirmou Simão.

O aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso em Florianópolis na última quarta (9), na Operação Constituição Cidadã. O celular dele também foi apreendido.

Em depoimento nesta quinta, Silvinei respondeu todas as perguntas e voltou a negar o uso do cargo para favorecer o então presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-diretor da PRF afirmou que o trabalho da corporação durante as eleições seguiu diretrizes definidas pelo Ministério da Justiça. Também negou ter tido acesso à planilha encontrada pelos investigadores no celular de uma ex-servidora do governo, com dados sobre as regiões onde Lula liderava a disputa.

Especialistas criticam prisão de Silvinei baseada em hipótese

Silvinei chegou à sede da PF em Brasília perto das 14h, já passando mal, com pressão alta. Ele foi atendido por bombeiros e então começou a responder as perguntas dos investigadores. O depoimento durou cerca de três horas.

A Polícia Federal afirma tentar esclarecer a dinâmica de uma reunião que aconteceu no dia 19 de outubro de 2022, 11 dias antes do segundo turno, com diretores, superintendentes e todos os coordenadores gerais. O uso de celulares foi proibido.

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