Aborto: Rosa Weber vota a favor, mas Barroso leva ação ao Plenário

Ministro Luís Roberto Barroso, próximo presidente da Corte, pediu destaque no julgamento

A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta sexta-feira (22), a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Na sequência, o ministro Luís Roberto Barroso pediu destaque e interrompeu a votação. Com isso, o julgamento, que estava sendo realizado no Plenário Virtual, será transferido para o plenário físico.

“A criminalização da conduta de interromper voluntariamente a gestação, sem restrição, não passa no teste da sub-regra da necessidade, por atingir de forma o núcleo dos direitos das mulheres à liberdade, à autodeterminação, à intimidade, à liberdade reprodutiva e à sua dignidade”, escreveu Rosa Weber.

O julgamento foi aberto na madrugada deste dia 22 de setembro no Plenário Virtual e iria até o próximo dia 29 de setembro. Os ministros analisam uma ação movida pelo PSOL. A legislação hoje permite o aborto em apenas três situações: violência sexual, risco de morte para a gestante ou feto com anencefalia.

Rosa Weber é a relatora da ação. Ela se aposenta compulsoriamente do STF no final do mês. Interlocutores da presidente do STF afirmam que ela não gostaria de deixar o tribunal sem votar sobre o tema.

A ministra convocou audiências públicas para debater a descriminalização do aborto ainda em 2018. Na ocasião, afirmou que o tema precisava de “amadurecimento”, mas prometeu que o tribunal não deixaria a sociedade sem resposta. Rosa já havia defendido, no julgamento de um caso em 2016, que não seria crime a interrupção voluntária da gestação no primeiro trimestre.

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