Há tempos, venho ficando apreensivo com o discurso de “Já ganhou”, que uma parte da direita está usando para tratar das eleições. Agora, com a eleição de Boric, no Chile, a apreensão virou medo real.
Nossos “vizinhos” sul-americanos elegeram um Boulos Millenial, com ainda mais “tesão” para fazer merda, em uma eleição com 53% de abstenções. Entenderam a gravidade? Entenderam o que elegeu o “Líder Estudantil”? Foi a OMISSÃO!
Isso não é uma exclusividade do Chile. No mundo inteiro, a esquerda vem ganhando força eleitoral JUSTAMENTE por causa da descrença da população “média” com a política. Com a pandemia, este cenário agravou ainda mais.
No Brasil, a imensa maioria da população nem sabe como é (ou deveria ser) a divisão de poderes. Acha que o Presidente tem poder para fazer tudo, inclusive peitar o Congresso e desobedecer o STF, e está ‘puta’ com o Bolsonaro, achando que ele não faz porque não quer.
E, se o cenário não ajuda, as “criticas construtivas” da direita jujuba ajudam menos ainda. Já cansei de falar isso: TEMOS MUITO A APRENDER COM A ESQUERDA sobre como fazer política.
NÓS NÃO TEMOS DIREITA NO BRASIL. Temos Bolsonaro e, no Congresso, sobra uma meia-dúzia de parlamentares que são fiéis ao eleitorado. É SÓ ISSO!
Não interessa o que achamos que podia ser diferente no governo. Vamos cair na real. Estamos longe, MUITO LONGE, de termos condições para um governo ideal. Além de TODO O SISTEMA remando contra, ainda tivemos uma pandemia mundial, que quebrou o planeta e, no Brasil, com o aval do STF, ainda deu plenos poderes para que qualquer prefeito, de qualquer cidade, tivesse mais autonomia do que o Governo Federal, nadasse nas verbas públicas (sem licitação) e ainda jogasse a culpa da gestão desastrosa no Bolsonaro.
A questão é simples: Se Bolsonaro não se reeleger, o próximo presidente indicará mais 2 nomes para o STF, terá poderes para retroceder as poucas liberdades que conquistamos (como o tímido avanço no armamento civil) e COM CERTEZA (isso vale para QUALQUER um dos pretensos presidenciáveis) adotará medidas populistas que incidirão diretamente na questão tributária.
É o ADEUS DEFINITIVO para qualquer possibilidade de melhora no próximo meio século. Basta olhar para nossos vizinhos; Argentina, Venezuela, Peru e, até ano que vem, Chile, para entender qual o poder destrutivo de alçar a esquerda ao poder para tentar resolver uma crise. É tentar apagar fogo com nitroglicerina.
Esqueçam o purismo e a vaidade ideológica. É JAIR OU JÁ ERA! “Política é a arte do possível, não do ideal.” (BISMARK, Otto Von)