A Lira, ministros do STF e partidos reforçam pedido contra o voto ‘impresso’

Integrantes da Corte e políticos estão empenhados em uma cruzada para impedir que a medida se concretize

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está sendo pressionado por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e partidos políticos que querem barrar o voto auditável. Das 11 legendas que se manifestaram contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) que viabiliza a medida, cinco estão “fechadas” na cruzada para barrar a PEC. São elas: MDB, DEM, PSDB, PSD e PV. É o que informou a CNN Brasil, na quinta-feira 8.

Juízes do STF ouvidos em caráter reservado pela emissora disseram a Lira que as urnas eletrônicas são 100% seguras. Portanto, não há necessidade de se aprimorar o sistema. Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes têm tido encontros com caciques de siglas do parlamento. O objetivo: impedir que o governo Jair Bolsonaro consiga pôr uma impressora nas urnas eletrônicas.

A PEC, de autoria da presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara, deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), prevê que o voto do eleitor seja materializado. Dessa forma, será possível auditar as urnas, caso uma das partes assim deseje. Em linhas gerais, a impressora vai emitir o documento, a pessoa confere se o voto é o mesmo que aparece na tela do equipamento e, em seguida, o papel cai em uma urna lacrada.

Lira ressaltou que não vai tomar lado na questão, segundo a CNN Brasil.

Especialista levanta dúvidas sobre o software das urnas

Amílcar Brunazo, engenheiro especialista em segurança de dados e voto eletrônico, afirmou que a confiabilidade das urnas eleitorais é duvidosa. De acordo com ele, o equipamento pode ser objeto de fraude. “O software é desenvolvido no TSE seis meses antes das eleições, compilado com 15 dias de antecedência, transmitido por internet pelos tribunais regionais e por cartórios, e gravado num flashcard [uma espécia de pen drive]”, explicou Brunazo, no mês passado, durante audiência pública em comissão especial da Câmara dos Deputados.

“A equipe do professor Diego Aranha, dentro do TSE, mostrou ser possível pegar esse cartão, inserir nele um código espúrio, que não foi feito pelo TSE, e colocar na urna eletrônica”, salientou o especialista, ao mencionar que os brasileiros acabam tendo de confiar no servidor que vai pôr o dispositivo na máquina. “Muitas vezes é um profissional terceirizado. Realmente, o processo eleitoral brasileiro depende da confiança de todos os funcionários envolvidos. Isso é um equívoco”, lamentou Brunazo.

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