‘A liberdade de expressão está sendo colocada em jogo’, alerta Sergio Moro

Senador se coloca contrário à criação de projetos que visem a regulamentar plataformas de redes sociais

Alvo da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pede a sua prisão, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) está preocupado com a liberdade de expressão no Brasil. Nesta terça-feira, 18, ele se posicionou publicamente contra propostas que visem a regular plataformas digitais, sob o pretexto de combater a disseminação de notícias falsas.

“No Brasil de hoje, a liberdade de expressão, infelizmente, está sendo colocada em jogo”, disse Moro, durante entrevista ao programa Morning Show, da rádio Jovem Pan.

Para o hoje parlamentar que foi juiz responsável por casos da Operação Lava Jato, o Poder Executivo quer fechar o cerco contra a liberdade de expressão. “Temos esse projeto do governo federal lá na Câmara [dos Deputados] que quer regular fake news“, comentou.

“Querem regular as redes sociais”, disse Moro, que externou a sua opinião a respeito do tema: “Eu acho isso um perigo”.

“Vamos tirar, sim, das redes ofensas e ameaças. Isso é uma coisa. Incitação à violência, também. Agora, controlar conteúdo de informação e deixar o governo como árbitro do que é verdadeiro ou não?”, continuou o senador pelo Paraná.

Governo quer controlar o que é ‘verdade’, diz Sergio Moro

Como exemplo do que pode ocorrer caso o governo avance com projetos voltados a limitar a liberdade de expressão, Sergio Moro mencionou recente fala do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que sugeriu que os ucranianos têm parte da culpa pela guerra promovida pela Rússia desde fevereiro de 2022.

“Aí, nós vamos ter de suportar uma situação como essa, ver o Lula dizer que a Ucrânia é culpada pela guerra e vamos ter de engolir isso e aceitar nas redes sociais”, ironizou Moro.

No último domingo, 16, Lula disse que “a decisão da guerra foi tomada pelos dois países”. Com mais de um ano ativo, o conflito entre Rússia e Ucrânia teve início quando tropas de Moscou invadiram territórios ucranianos.

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