Chefe de Estado ainda comparou manifestações no Brasil com as de seu país
Nesta segunda-feira (9), o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, classificou o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), como um “fascista militar”. O líder nicaraguense ainda criticou as manifestações que culminaram na invasão da Praça dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8).
As declarações ocorreram durante o evento de abertura do ano legislativo de seu país.
Na ocasião, Ortega fez uma comparação dos atos que ocorreram no Brasil com a invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, em 2021. Também traçou um paralelo com os casos do Peru e da Bolívia, dizendo que o fascismo “está se reinstalando no mundo” para “provocar a tentativa de golpe de Estado”.
“Estava vendo pela televisão e parecia inacreditável. O mesmo esquema dos Estados Unidos. Assim como se lançaram os milhares de norte-americanos do Partido Republicano para tomar o Congresso, se lançaram os de Bolsonaro. Bolsonaro é um fascista militar”, acusou, de acordo com informações da Folha de S.Paulo.
Ortega ainda igualou as manifestações contra Lula (PT) com as que ocorrem contra ele na Nicarágua, a fim de tentar justificar a perseguição que ele exerce contra seus opositores.
OPRESSÃO
No comando do país desde 2007, Ortega assumiu seu quarto mandato consecutivo em 2022, vencendo eleições consideradas ilegítimas pela Organização dos Estados Americanos (OEA). O ditador chegou a prender sete candidatos à Presidência no pleito de 2021, eliminando opções que pudessem ameaçar sua vitória.
Além disso, o país vem registrando casos de perseguição a jornalistas, cristãos e críticos ao governo. Estima-se que ao menos 253 pessoas são presos políticos do regime de Ortega.
Ainda no discurso desta segunda, o ditador disse que os manifestantes “estão sempre conspirando e têm o financiamento do governo norte-americano e dos governos europeus”. “Temos que defender firmemente a justiça e sua aplicação contra os criminosos”, defendeu.