Ainda em novembro do ano passado, poucos dias após a decisão do segundo turno, Meirelles se disse pessimista e desejou “boa sorte” aos investidores
O ex-ministro da Fazenda do PT e, agora, ex-aliado de Lula, Henrique Meirelles, tem demonstrado descontentamento e preocupação com os rumos da economia brasileira sob a direção do ex-presidiário.
Em entrevista ao Radar Econômico, da Revista Veja, o ex-presidente do Banco Central voltou a criticar a PEC que estabeleceu um rombo no “teto de gastos” da União e ainda o uso político das estatais.
“As mesmas pessoas que participaram ou têm linha de pensamento similar predominando. A tendência é seguir o aumento dos gastos, o uso de estatais, o controle de preços. O resultado do governo Dilma nós conhecemos, provocando a maior recessão da história do Brasil. É uma ilusão acreditar que pode se repetir os erros e ter resultado diferente”, afirmou.
O economista destacou que o atual presidente não pode ignorar o efeito negativo das suas palavras no mercado financeiro porque são os agentes quem movimentam a economia. Ele também desmentiu o novo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), de que não era preciso colocar em prática a Reforma da Previdência, aprovada em 2019 pelo Governo Bolsonaro.
“O Brasil, como a maioria dos países, teve aumento de expectativa de vida — o que faz aumentar o tempo que as pessoas ficam aposentadas. Em 2017, quando apresentamos a primeira proposta da reforma da Previdência, havia um aumento insustentável. Se a reforma não tivesse sido aprovada, 80% do Orçamento seria usado para pagar aposentadorias”, finalizou.
Vale lembrar que Meirelles foi um dos que resolveram se bandear para o lado de Lula durante a campanha eleitoral, mas também um dos primeiros a se arrepender, assim que o petista começou a dar declarações atrapalhadas, causando um verdadeiro caos no mercado financeiro.
Ainda em novembro do ano passado, poucos dias após a decisão do segundo turno, Meirelles se disse pessimista e desejou “boa sorte” aos investidores.