Os agentes foram alertados por uma pessoa que viu Isabel orando, se sentiu incomodada e delatou a religiosa às autoridades
A mulher, que é voluntária do famoso grupo de oração “40 Days For Life”, uma organização que luta pela vida de bebês, foi presa por quatro acusações; quando fazia uma prece silenciosa próximo à Clínica BPAS Robert, em King’s Norton, Birmingham, Inglaterra.
Isabel Vaughan-Spruce não tinha placas na mão, não fez barulho. Estava em pé em uma via pública, de olhos fechados e orando; quando os policiais se aproximaram e perguntaram o que ela fazia ali.
Os agentes foram alertados por uma pessoa que viu Isabel orando, se sentiu incomodada e delatou a religiosa às autoridades.
Isabel questionou a legalidade das zonas de censura e do chamado “crime de pensamento” em vigor na Inglaterra, que pune com prisão quem for flagrado perto de clínicas de aborto, supostamente, orando.
“É terrivelmente errado que eu tenha sido revistada, presa, interrogada pela polícia e acusada simplesmente por orar na privacidade de minha própria mente. As zonas de censura pretendem proibir o assédio, que já é ilegal. Ninguém jamais deve ser sujeito a assédio”, reclamou.
“Mas, o que eu fiz foi a coisa mais longe de ser prejudicial: eu estava exercendo minha liberdade de pensamento, minha liberdade de religião, dentro da privacidade de minha própria mente. Ninguém deve ser criminalizado por pensar e orar em um espaço público no Reino Unido”, lamentou a voluntária.
Jeremiah Igunnubole, advogado da ADF International, organização jurídica que atua no caso de cristãos perseguidos e defende também Vaughan-Spruce, disse que as leis inglesas não têm feito a diferença entre crime e direitos fundamentais conquistados com lutas árduas.
“A experiência de Isabel deve ser profundamente preocupante para todos aqueles que acreditam que vale a pena proteger nossos direitos fundamentais duramente conquistados. É realmente surpreendente que a lei tenha concedido às autoridades locais uma discrição tão ampla e irresponsável que, agora, até pensamentos considerados ‘errados’ podem levar a uma prisão humilhante e a uma acusação criminal”, explicou.
“Uma democracia madura deve ser capaz de diferenciar entre conduta criminosa e o exercício pacífico de direitos constitucionalmente protegidos”, acrescentou.