Nos EUA, republicanos pedem reabertura de investigação sobre censura no Twitter

Pedido do partido tem fundamento em documentos internos divulgados pela plataforma

Com base em documentos internos do Twitter, que começaram a ser divulgados há duas semanas pelo novo dono da plataforma, Elon Musk, o Partido Republicano pediu à Comissão Eleitoral Federal (FEC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos que reabra uma investigação sobre censura do Twitter à história do laptop de Hunter Biden, filho do presidente democrata Joe Biden.

Em outubro de 2020, o Comitê Nacional Republicano (CNR), órgão que comanda o Partido Republicano, fez uma reclamação à FEC alegando que a censura do Twitter equivalia a uma “contribuição política em espécie corporativa ilegal” à campanha de Biden.

Com a redução do alcance da reportagem publicada pelo The New York Post em 14 de outubro e das repercussões sobre o assunto, Biden, que junto com seu filho, estaria envolvido em tráfico de influência, foi beneficiado eleitoralmente.

A FEC rejeitou a denúncia em agosto de 2021. Agora, com as “revelações bombásticas”, disse o CNR, que contradizem as conclusões anteriores da comissão, o partido quer a reabertura das investigações.

“Essas revelações, chamadas de ‘Arquivos do Twitter’, expõem como a administração anterior [do Twitter] tomou medidas ativas para suprimir o escândalo do laptop de Hunter Biden e outras informações prejudiciais ao Partido Democrata e seu candidato”, escreveu o conselheiro-chefe do RNC, Matthew Raymer, em uma correspondência à FEC, de acordo com publicação da rede Fox News.

Musk liberou documentos internos do Twitter sobre o laptop de Hunter Biden ao jornalista da Substack Matt Taibbi, que publicou uma série de tuítes detalhando a censura da plataforma e as decisões internas que foram tomadas.

“Parece que os executivos seniores do Twitter sabiam que a ‘política de materiais hackeados’ existente da empresa não se aplicava claramente e, no entanto, suprimiram a história [sobre o laptop] de qualquer maneira”, escreveu Raymer à FEC, acrescentando que a conduta da plataforma “excedeu muito a prática usual do Twitter em suprimir material conhecido por ser hackeado”.

Em seu perfil na rede social, o Partido Republicano compartilhou a reportagem da Fox News sobre o pedido de reabertura da investigação e escreveu que o “Twitter, sob liderança anterior, tem uma história escandalosa de censurar nossas vozes para beneficiar o partido democrata”.

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