CNJ investiga 18 juízes por manifestações políticas

Nove magistrados tiveram suspensas as suas contas nas redes sociais

Somente no ano de 2022 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), proferiu nove decisões pela derrubada de redes sociais de juízes e desembargadores em razão de manifestações políticas.

Há mais de 21 investigações em curso para averiguar a conduta de 18 togados, por razões que incluem divulgação de notícias falsas e ofensas a candidatos. A conduta de investigar e punir os magistrados partiu do corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão. As informações são do Estadão.

Na lista, figuram juízes que xingaram tanto Lula quanto Bolsonaro, questionaram a segurança e a lisura das eleições, defenderam intervenção militar e até desejaram a morte de presidentes e familiares.

A magistrada Maria do Carmo está sendo investigada por ter postado, em 13 de dezembro, nas suas redes sociais uma comparação entre os jogadores da Seleção Brasileira e os manifestantes que estão na frente dos quartéis há mais de 50 dias.

“Copa a gente vê depois, 99% dos jogadores do Brasil vivem na Europa, o técnico é petista e a Globolixo é de esquerda, nossa Seleção verdadeira está na frente dos quartéis”, afirmava uma publicação compartilhada pela magistrada.

Rosalia Guimarães Sarmento, juíza estadual declaradamente petista, tentava convencer eleitores, inclusive os indecisos, a apertarem o 13 nas urnas.

“Você que é contra esse absurdo, vote 13 e ajude a impedir que os réus decidam se devem ser presos ou não”, disse. “É preciso começar a fazer o caminho de volta à democracia! O primeiro passo para essa volta é afastar, definitivamente, o Bolsonaro da cadeira na qual ele já fez tanto mal ao Brasil”, afirmou a juíza. Em sua decisão, Salomão afirmou que as publicações são ‘violadoras das normas constitucionais e regulamentares que regem a magistratura brasileira’.

O desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco Bartolomeu Bueno de Freitas entrou na mira do CNJ, em razão de publicações após a morte da cantora sertaneja Marília Mendonça.

“Nem a conheci. Vim a saber quem era hoje. Morreu jovem. Porque (sic) não morrem essas desgraças como Bolsonaro e os filhos. Paulo Guedes, Edir Macedo e essa tropa de meliantes do governo federal. Estou começando a ficar triste com Deus”, disse, em suas redes sociais.

O ministro assinou uma portaria em setembro em que determinou que ficam vedadas manifestações que contribuam para o “descrédito do sistema eleitoral ou que gerem infundada desconfiança social acerca da Justiça, da segurança e da transparência das eleições”, além de canais que impulsionem esse tipo de conteúdo.

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