Essa é a primeira vez que Moraes usa o inquérito das fake news para censurar veículos de imprensa
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, quer tirar do ar o jornal on-line Folha do Espírito Santo, que funciona há mais de 30 anos. Até a publicação desta reportagem, o site do veículo de comunicação permanece funcionando.
A determinação do ministro está no guarda-chuva do inquérito das fake news. Essa é a primeira vez que Moraes usa o inquérito, considerado inconstitucional por juristas, para tirar do ar veículos de imprensa.
A decisão do magistrado inclui mandados de busca e apreensão em dez endereços de pessoas físicas e de uma empresa localizados no Estado do Espírito Santo. O ministro também ordenou que quatro pessoas fossem presas preventivamente, sendo elas: o jornalista Jackson Rangel Vieira, que trabalha na Folha do Espírito Santo; o pastor Fabiano Oliveira; o microempresário Maxcione Pitangui de Abreu; e o vereador Armandinho Fontoura, futuro presidente da Câmara Municipal de Vitória.
Entre os mandados de busca e apreensão, por ordem de Moraes, a Polícia Federal bateu à porta das casas e dos gabinetes dos deputados estaduais Capitão Assumção (PL) e Carlos Von (DC). Ambos não podem conceder entrevistas, tiveram as contas bancárias bloqueadas e não podem usar as redes sociais. Os dois também estão usando tornozeleiras eletrônicas. O processo corre sob sigilo.