Futuro Ministro da Defesa afirma que manifestações políticas de militares nas redes sociais não serão toleradas

Anunciado nesta sexta-feira como futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro afirmou em entrevista à Globo News que assume o cargo com a missão de “pacificar as Forças Armadas”, e que não serão toleradas manifestações políticas de militares nas redes sociais. Ele não detalhou quais providências serão tomadas, limitando-se a dizer que agirá com “doçura”.

O ministro confirmou que os atuais comandantes serão substituídos pelos oficiais mais antigos de cada Força e os novos vão assumir com a missão de unificar o discurso para pacificar e despolitizar as tropas.

“O momento é pacificação das Armas, cada uma voltar para o seu papel. A despartidarização das Forças Armadas é absolutamente necessária no país”, afirmou Múcio, que assumirá o cargo a partir de janeiro.

Além dos nomes dos novos comandantes das Forças Armadas, Múcio também disse já ter escolhido o Secretario-Geral da Defesa, seu número 2 na pasta. Será Luiz Henrique Pochyly da Costa, atual secretário-geral de administração do Tribunal de Contas da União (TCU), com quem trabalhou na Corte de Contas.

Para comandar o Exército, o escolhido foi o general Júlio Cesar de Arruda, na Marinha, o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, e, para a Força Aérea Brasileira (FAB), o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.

Múcio informou que na próxima segunda-feira vai se reunir com o atual ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, para dar iniciar à transição. Ele também disse vai conversar com os atuais chefes da Forças a fim de convencê-los a mudar da ideia de antecipar a passagem do comando para dezembro, antes da posse de Lula, o que poderia ser interpretado como um ato de indisciplina.

Para Múcio, hoje existem seis Forças: “o Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Bolsonaro e o Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Lula”. Há ainda uma sétima, disse, os militares que estão nos cargos públicos e que deverão exonerados.

“Tem muitos militares em cargos da Esplanada. Eles não representam uma Arma, são de todas as Armas. Numa mudança de governo, você faz a substituição, vamos ver como as coisas vão acontecer”, afirmou Múcio, acrescentando que os próximos 20 dias, até a posse, serão difíceis.

O futuro ministro criticou Bolsonaro por incentivar supostos “movimentos golpistas”, dizendo que ele deveria mandar aos manifestantes acampados em frente a quartéis enrolarem suas bandeiras, de olho em 2026. Para Múcio, Bolsonaro deixou a digital dele ao falar para apoiadores nesta sexta-feira, depois de 37 dias de silêncio. ‘Ele hoje colocou a digital”, disse Múcio.

Ele disse ainda que vai conversar sobre isso com o ministro da Defesa para entender se haverá repercussão nas Forças Armadas. Reiterou que vai procurar Bolsonaro para entender a motivação e se houve mudança no cenário. Somente depois, será possível assegurar uma posse tranquila de Lula. “Ele (Bolsonaro) vai ter que sair com grandeza para que seus eleitores saibam que ele pode voltar”.

Fonte: EXTRA

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