Outros 11 foram condenados à morte por atos praticados durante manifestações
O Irã executou nesta quinta-feira, 8, a primeira pessoa condenada à morte por participar dos protestos que são realizados no país há dois meses e meio. Mohsen Shekari foi executado na capital Teerã, depois de ter sido condenado por ferir, com um facão, um membro da força paramilitar Basij em 25 de setembro, durante uma das manifestações.
Segundo a agência estatal Mizan Online, Mohsen Shekari bloqueou o Boulevard Sattar Khan, em Teerã, em 25 de setembro, e esfaqueou um basij com um facão. A agência também informou que o veredito preliminar no caso foi proferido em 1º de novembro pelo tribunal revolucionário de Teerã, e a Suprema Corte rejeitou o recurso em 20 de novembro, levando à execução da sentença.
A justiça local assegura que Shekari se declarou culpado por ter lutado e sacado “sua arma com a intenção de matar, causar terror e perturbar a ordem e segurança da sociedade”. “Ele feriu intencionalmente um basij que cumpria seu dever, e bloqueou a rua Sattar Khan, em Teerã”, acrescentou a agência.
Apesar de ser a primeira execução ligada a esses protestos de que se tem conhecimento, outras pessoas correm o risco de ter o mesmo destino. Até agora, além de prender mais de 14 mil pessoas, o Irã já condenou 11 pessoas à morte por envolvimento nos protestos. Mais de 350 pessoas morreram nos protestos desde setembro.
Os protestos tomaram o Irã depois da morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro, dentro de uma prisão iraniana. Ela foi detida três dias antes por violar o código de vestimenta do país, que obriga as mulheres a cobrirem os cabelos com véu. A família da jovem de 22 anos diz que ela foi assassinada na cadeia; o governo nega, dizendo que ela sofreu um mal súbito.
As autoridades, que denunciam esses eventos como “distúrbios”, acusam regularmente os Estados Unidos, seus aliados ocidentais e grupos curdos no exterior de instigar esse movimento de “protesto sem precedentes”.