Peronista teria beneficiado empresário quando foi presidente
A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi condenada a seis anos de prisão nesta terça-feira, 6, pela acusação de associação ilícita e fraude contra o Estado.
Apesar da condenação, Cristina não vai ser presa, porque tem foro privilegiado. A ação contra a peronista foi ajuizada em 2019 pelo Ministério Público argentino. Segundo a denúncia, a vice-presidente e vários ex-funcionários firmaram contratos milionários para realizar obras rodoviárias que estariam incompletas e superfaturadas.
Os promotores afirmaram ter obtido provas suficientes de que ela foi chefe de uma associação ilícita que, em seu governo como presidente (2007-2015) e no de seu marido e antecessor, Néstor Kirchner (2003-2007), favoreceu o empresário — e sócio da antiga família presidencial — Lázaro Báez em concessões de 51 obras públicas.
Cristina Kirchner nega todas as acusações. Em novembro, quando o caso estava em fase processual chamada de “palavras finais”, na Argentina, a vice-presidente disse que o processo a que responde se assemelhou a um pelotão de fuzilamento”.
“Em dezembro de 2019, eu disse que este era o tribunal do lawfare (um processo com motivação política), mas, mais que isso, foi um verdadeiro pelotão de fuzilamento”, declarou, em uma audiência por videoconferência.
Ainda no breve discurso, ela acusou os promotores de terem mentido, inventado fatos e escondido informações ao longo do processo. “Tentaram me matar, mas o tiro não saiu”, disse. “A mulher que acompanhava a pessoa que quis me matar seguia os promotores nas redes sociais Facebook e Twitter.”