O respeitado jornalista Paulo Figueiredo Filho se tornou uma das poucos vozes lúcidas dentro da mídia.
Sempre com análises sólidas e elucidativas, cativa seguidores e traz à tona bastidores importantes do cenário político.
No Twitter, ele acaba de fazer um desabafo onde mostra os próximos passos do Brasil nesses dias de decisão.
Leia o texto na íntegra:
O bom jornalista sabe de coisas que não pode falar. Normal, é o “off”. Ou vocês acham que tudo que me é dito eu posso tornar público? Mas, tudo que antecipei, até agora, aconteceu: os relatórios da FFAA e do PL e o seu teor, a carta dos comandantes, a reunião dos generais etc. Nada foi reportado para “animar” ou “desanimar” ninguém. Eram verdade e pronto. Não sou agitador político, sou jornalista e analista.
Há uma outra categoria, que são os “blogueiros de Twitter disseminando fake news”. Estes, prometem coisas espetaculares que nunca chegam.
Estou falando de coisas do tipo vídeos de movimentação de veículos militares dando a impressão de um “golpe iminente”; notícias de que o Bolsonaro estaria vagando o cargo para uma junta militar; 200 traidores da pátria seriam presos amanhã; Lula estaria morto e tutti quanti.
Todas estas coisas chegam a mim, às centenas, todos os dias. E vejo alguns assumidamente mentindo “para manter as pessoas engajadas” – como me disse um ontem, após eu avisá-lo que uma informação era falsa. Esse psyop fajuto rende likes e agita o público, mas atrapalha o país.
Ser cristão é ter fé que só a Verdade leva a algum lugar bom. A casa na rocha.
Quem quer se enganar apenas para “não perder as esperanças”, está doente mental – tecnicamente falando, já que a patologia mental vem justamente do descolamento entre o pensamento e a realidade.
Posto isso, fui bem claro ontem: confiem na Providência Divina e NÃO ESMOREÇAM. Para quem não sabe o que isso significa, vai em bom português popular: FÊ EM DEUS E NÃO BROCHEM. Não desistam nunca do Brasil e se manifestem PACÍFICA E LEGALMENTE nas ruas, nas redes e onde for.
Pode dar a impressão de que não está adiantando, mas eu prometo: está. E vou além: eu nunca vi tanto descontentamento na tropa (e nas polícias) como hoje. Há alguma divisão entre os generais, é verdade, mas, destes para baixo, há um quase consenso de que está tudo errado. Isso é a mera discrição responsável dos fatos como os vejo: muito mais pressão de baixo para cima povo -> tropas -> comando -> presidente, do que de cima para baixo. Similar a 1964, aliás. É por isso que, os que estão em cima, não sentiram ainda.