PP e Republicanos alegam que não autorizaram ação do PL

Partidos da coligação irão recorrer da punição determinada pelo TSE

Os presidentes do Republicanos, deputado Marcos Pereira, e do PP, deputado Cláudio Cajado, afirmaram, nesta quinta-feira (24), que os partidos não foram consultados sobre a ação do PL que pede a anulação de votos de determinadas urnas no segundo turno da eleição presidencial. As três siglas formaram uma coligação para lançar o presidente Jair Bolsonaro à reeleição, a coligação Pelo Bem do Brasil.

“Não fomos consultados. Reconheci o resultado publicamente às 20h28 do dia da eleição”, declarou Pereira.

Cajado, que administra interinamente o PP enquanto Ciro Nogueira exerce o cargo de ministro da Casa Civil, foi na mesma linha:

“Não fui consultado e eles falavam em nome do PL e não em nome da coligação”, disse.

Além do PL, a ação foi protocolada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em nome da coligação eleitoral, da qual Republicanos e o PP também faziam parte. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, solicitou que a solicitação também incluíssem as urnas de primeiro turno.

Em resposta, Moraes considerou que a coligação e o partido acionaram a Justiça indevidamente e determinou o pagamento de multa e o bloqueio das contas das três legendas enquanto ela não for paga. Os presidentes do Republicanos e do PP disseram que vão entrar com um recurso para excluir seus partidos do bloqueio.

“Será protocolado hoje ainda”, afirmou Pereira.

“Faremos em conjunto”, completou Cajado.

Para reforçar sua posição de distância da iniciativa adotada pelo PL de Valdemar Costa Neto, o presidente do Republicanos divulgou um vídeo gravado logo após o resultado da eleição de segundo turno.

“Tivemos a eleição do ex-presidente Lula. Reconhecemos o resultado. Apoiamos o presidente Bolsonaro até o último minuto, trabalhamos, mas as urnas, o povo escolheu, as urnas são soberanas. Não há por que duvidar do resultado das urnas, não há por que questioná-los”, declarou ele.

Contrariando a ação do PL, Pereira disse que não dá para dissociar a disputa que Lula venceu das outras, inclusive as que os candidatos do Republicanos venceram.

“Se não, nós teríamos que questionar a eleição do Tarcísio [eleito governador de São Paulo pelo Republicanos], a eleição do senador Mourão, a eleição da senadora Damares, a eleição do nosso governador, que foi reeleito em primeiro turno lá em Tocantins, Wanderley Barbosa, a eleição dos 41 deputados federais”, enumerou.

“Não, o resultado está aí, nós não apoiamos o candidato eleito, mas agora precisamos continuar trabalhando em prol do Brasil”, completou.

Já o presidente interino do PP diz que é “claro” que o partido reconhece a vitória de Lula, citando Ciro Nogueira, que comanda a transição para o governo Lula pelo lado do atual governo.

“Se o chefe da transição pelo atual governo é o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, e que já praticou os atos da transição, sim, claro [o PP reconhece o resultado da eleição]”, afirmou.

O Republicanos declarou que vai adotar postura de independência durante o próximo governo Lula, sem se classificar como base ou oposição. Já o PP ainda não decidiu a postura que será tomada.

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