Siripieri fez um acordo com a Procuradoria-Geral da República e pagou multa de aproximadamente R$ 200 milhões
Ao contrário do que foi noticiado, o empresário José Seripieri Jr, dono do avião que levou Lula para o Egito, não emprestou a aeronave, mas sim deu carona ao presidente eleito. A informação foi dada pelo vice-presidente eleito e coordenador da transição de governo, Geraldo Alckmin nesta segunda-feira (14) após ser questionado por jornalistas.
Segundo o ex-governador de São Paulo, Lula pegou carona com Siripieri que também participarão da COP27. “A informação que eu tenho é que o proprietário está indo junto. Não tem empréstimo”, revelou o político.
O empresário é dono da Qsaúde e foi preso pelos desdobramentos da Operação Lava Jato em julho de 2020. Siripieri fez um acordo com a Procuradoria-Geral da República e pagou multa de aproximadamente R$ 200 milhões.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), viajou à Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas 27 (COP27) no jatinho de José Seripieri Junior, ex-dono da Qualicorp.
Em julho de 2020, Seripieri, amigo do petista, foi preso temporariamente pela Polícia Federal (PF) em uma investigação sobre um suposto esquema de caixa 2 na campanha de José Serra (PSDB) ao Senado em 2014.
O ex-preso foi um dos primeiros empresários a se encontrar com Lula depois que o petista foi oficializado na corrida presidencial deste ano. A aeronave, modelo Gulfstream G600, pode transportar até 12 pessoas. O presidente eleito iniciou o voo nesta segunda-feira 14, e deve retornar, no sábado 19.
A operação “Paralelo 23”, desmembramento da Lava Jato, foi a responsável por colocar o ex-dono da Qualicorp na cadeia. A investigação apontou o pagamento de R$ 5 milhões, feitos por ordem de Seripieri, à campanha de Serra.
Conforme o Ministério Público de São Paulo, as “doações” foram realizadas em duas partes, sendo uma de um milhão de reais e outra de R$ 3 milhões.
O empresário ficou quatro dias presos. Depois, a Justiça Eleitoral ordenou a soltura dele e de outras duas pessoas. No início de novembro, Serra, Seripieri e os outros dois empresários tornaram-se réus na Justiça Eleitoral. Todos foram acusados de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa 2.