Especialistas alertam para o risco de problemas respiratórios
Um desafio que tem viralizado entre os jovens nas redes sociais tem atraído o alerta de pais e médicos a respeito dos riscos que ele pode causar. A “trend” da vez consiste em “fumar cotonete”. Não, você não leu errado. No desafio, os participantes acendem um lado da haste flexível e puxam a fumaça que sai pelo outro lado.
Segundo publicações internacionais, em cidades portuguesas como Lisboa e Cascais o hábito tem se espalhado até pelas escolas. De acordo com a pediatra e coordenadora do Pronto-Socorro do Hospital Sabará Infantil, Carolina Peev, a “brincadeira” surge a partir da curiosidade de crianças e adolescentes que veem adultos fumando.
“Esse é um tipo de “brincadeira” que a gente vê cada vez mais por conta da curiosidade dos adolescentes ou das crianças em copiar o estilo dos adultos, então eles os veem fumando – seja cigarro [comum] ou eletrônico – e acabam procurando em casa alguma coisa que possa se aproximar disso”, destaca a médica.
A pediatra ressalta que a prática de “fumar cotonete” pode causar intoxicação em virtude do ato de aspirar a fumaça produzida pela queima do algodão e do plástico. Além disso, a médica explica que o ato pode gerar queimaduras e até desencadear problemas respiratórios como crises de asma, bronquite e rinite.
“Pode desencadear uma crise de asma ou bronquite, pois serve como um estimulador, e também crises de rinite com tosse e espirros, gerando um quadro alérgico”, aponta.
A pneumologista do Grupo Prontobaby, Brunna Santana, destaca que a “trend” do cotonete pode trazer ainda mais malefícios do que um cigarro comum, visto que as substâncias tóxicas são inaladas sem qualquer controle. Em casos graves de inflamação de vias aéreas, a médica ressalta que a prática que pode levar até a óbito.
“[Esse ato] pode causar tosse e hiper-reatividade brônquica, o que é prejudicial para as crianças e adolescentes que já tenham doenças respiratórias, como a asma, pois poderá desencadear mais crises. E ainda causar a inflamação da vias aéreas, o que pode levar a quadros de insuficiência respiratória aguda e, quando mais grave, à morte”, completa.